Prefácio Comum - Ofício do dia – Glória e Creio
Cor: Verde - Ano Litúrgico “B” - São Marcos
Antífona: Salmo 85,3.5 - Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam.
Oração do Dia: Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do Deuteronômio 4,1-2.6-8
Moisés falou ao povo, dizendo: “Agora, Israel, ouve as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir, para que, fazendo-o, vivais e entreis na posse da terra prometida pelo Senhor Deus de vossos pais. Nada acrescenteis, nada tireis à palavra que vos digo, mas guardai os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que vos prescrevo.
Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática, porque neles está vossa sabedoria e inteligência perante os povos, para que, ouvindo todas estas leis, digam: ‘Na verdade, é sábia e inteligente esta grande nação!’ Pois, qual é a grande nação cujos deuses lhe são tão próximos, como o Senhor nosso Deus, sempre que o invocamos? E que nação haverá tão grande que tenha leis e decretos tão justos, como esta lei que hoje vos ponho diante dos olhos?” - Palavra do Senhor.
Comentário: A lei que o povo de Deus deve observar funda-se na aliança, que dele faz um povo único na face da terra, com identidade e missão específica: "neles está vossa sabedoria e inteligência" (v 6). Assim para a Igreja, novo povo de Deus: sua existência está ligada ao novo pacto assinado por Cristo com o próprio sangue; sua missão de salvação universal em Cristo constitui sua razão de ser, sua identidade. Enquanto desenvolve sua missão no contexto histórico em que está inserida, não deve a Igreja confundir-se com o mundo, porém agir nele como o fermento na massa, conservando sua identidade. "Sacramento universal de salvação", ela anuncia fielmente a palavra do Evangelho que recebeu; "germe, e inicio" da grande reunião dos povos, dá graças na assembleia ao Deus-que-nos-é-vizinho, Pai de Cristo Jesus. (Missal Cotidiano)
Salmo: 14,2-3ab.3cd-4ab.5 (R. 1a) Senhor, quem morará em vossa casa e no vosso monte santo, habitará?
É aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; que pensa a verdade no seu íntimo e não solta em calúnias sua língua.
Que em nada prejudica o seu irmão, nem cobre de insultos seu vizinho; que não dá valor algum ao homem ímpio, mas honra os que respeitam o Senhor.
Não empresta o seu dinheiro com usura, nem se deixa subornar contra o inocente. Jamais vacilará quem vive assim!
Segunda Leitura: Carta de São Tiago 1,17-18.21b-22.27
Irmãos bem-amados: Todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto; descem do Pai das luzes, no qual não há mudança nem sombra de variação. De livre vontade ele nos gerou, pela Palavra da verdade, a fim de sermos como que as primícias de suas criaturas.
Recebei com humildade a Palavra que em vós foi implantada, e que é capaz de salvar as vossas almas. Todavia, sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Com efeito, a religião pura e sem mancha diante de Deus Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo. - Palavra do Senhor.
Comentário: Deus é autor apenas do bem e daquilo que leva ao bem. Jamais conduzirá alguém à morte, pois o seu projeto é dar a vida, e vida em plenitude. O supremo bem realizado por Deus é gerar os homens para a vida nova, comunicada pelo Evangelho (= Palavra da verdade). Tiago chama a atenção para a essência da vida cristã: ouvir a palavra do Evangelho e colocá-la em prática. A fé não se resume em afirmações que podem ser ouvidas e decoradas; ela é compromisso que leva a tomar atitudes concretas e cheias de consequências. Centrado no mandamento do amor, o Evangelho é a lei da liberdade, pois o amor não se restringe a exigir a obediência a uma lista de obrigações; ele é comportamento criativo, que sabe dar resposta libertadora e construtiva em qualquer situação. Temos aqui um dos pontos centrais do Novo Testamento: o culto que se pede aos cristãos não se resume em cerimônias ou em saber fórmulas de cor. O verdadeiro culto é a entrega de si mesmo a Deus para viver a justiça na prática: não difamar o próximo (língua); socorrer e defender os pobres e marginalizados (órfão e viúva); não comprometer-se com a estrutura injusta da sociedade (corrupção do mundo). (deusunico.com)
Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 7,1-8.14-15.21-23
Naquele tempo, os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre.
Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”.
Em seguida, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai, todos, e compreendei: o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Uma antiga denúncia profética foi retomada por Jesus. O profeta Isaías teve a perspicácia de perceber o descompasso entre o culto faustoso praticado no templo de Jerusalém e as violências e injustiças que campeavam na cidade. O louvor proclamado com os lábios não correspondia às maldades praticadas com as mãos. O apego exagerado a certas tradições religiosas não chegava a gerar a conversão do coração. Algo semelhante passava-se com uma ala do farisaísmo no tempo de Jesus. A veneração afetada dos fariseus às normas legais não os impedia de dar vazão às suas más intenções. Aí se revelava o que eram por dentro. A piedade exterior era fachada de um interior cheio de perversidade. A observância escrupulosa das normas de pureza mostrava-se inútil, pois não chegava a atingir seu verdadeiro objetivo: tornar a pessoa internamente pura para Deus. O discípulo do Reino, no pensamento de Jesus, faz o caminho inverso ao dos fariseus. Sua preocupação maior consiste em não se deixar contaminar pelas malícias que brotam do coração. Pouco lhe importam as coisas exteriores. Comer sem ter lavado as mãos é menos importante do que sentar-se à mesa e partilhar o pão com os necessitados. Ser muito atento na limpeza das louças e talheres só tem sentido se tiver o respaldo de uma vida centrada na prática do amor e da justiça. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Culto, ritos, tradições, minúcias doutrinais, preceitos humanos... Tudo isso pode ser usado por nós como uma cortina de fumaça para tentar esconder a dura realidade: nossa conversão está a meio do caminho. Ao citar o profeta Isaías (29,13), Jesus contrasta o exterior (os lábios) e o interior (o coração). E é em nosso íntimo que ele espera por mudança. Por conversão. Por arrependimento... E o que significa “arrepender-se”? A resposta nos vem de Kallistos Ware [1934-], ex-monge do mosteiro São João, em Patmos, e bispo da diocese greco-ortodoxa de Diokleia (Inglaterra): “Esta palavra [arrependimento] evoca, em geral, a pena por ter pecado, o sentimento de culpabilidade, a sensação de pena e de horror diante das feridas que infligimos ao nosso próximo e a nós mesmos. Mas tal visão é incompleta. Para aproximar-se do sentido profundo do arrependimento, é necessária uma volta ao termo grego ‘metanoia’. Literalmente, ‘mudança de espírito’. Não somente lamentar o passado, mas uma transformação fundamental de nossa perspectiva, nova maneira de ver a Deus, ao outro e a nós mesmos. O arrependimento não é um acesso de remorso e de piedade sobre si mesmo, mas uma conversão, uma reconcentração de nossa vida sobre a Santíssima Trindade. Espírito novo, conversão, reconcentração, o arrependimento é algo de positivo e não de negativo. O arrependimento não é perda de ânimo, mas ardente expectativa; não o sentimento de estar em um impasse, mas de ter achado uma saída; não ódio de si mesmo, mas afirmação de seu verdadeiro ‘eu’ feito à imagem de Deus. Arrepender-se não é olhar para baixo, para as próprias imperfeições, mas para o alto, para o amor de Deus; não para trás, com as reprovações que nos fazemos, mas para frente, com confiança. É olhar não aquilo que não conseguimos ser, mas aquilo que ainda podemos vir a ser pela graça de Cristo. O caráter positivo do arrependimento aparece claramente nas palavras do profeta Isaías (9,1), que o evangelista Mateus cita logo antes do convite de Cristo ao arrependimento: ‘O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, sobre aqueles que permaneciam na região sombria da morte, uma luz se levantou’. Assim, o arrependimento é uma iluminação, passagem da obscuridade para a luz. Arrepender-se é abrir os olhos à irradiação divina; não demorar-se tristemente no crepúsculo, mas acolher a aurora.” Não podia ser mais claro: o arrependido não se concentra na feiura do pecado passado, mas na beleza da graça atual. Nada de espojar-se nas misérias antigas, mas límpido mergulho no amor de um Deus que acolhe o filho extraviado. Por que não pedir a graça de uma sincera conversão? (Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova Aliança)
PRECES DA ASSEMBLEIA (Paulus):
Lembrai-vos, Senhor.
1. Dos ministros e agentes de pastoral de nossas comunidades.
2. Dos que se consagram ao anúncio do evangelho de Jesus.
3. Das famílias e casais que passam por dificuldades.
4. Dos pobres e dos presos, dos cegos e dos oprimidos.
5. Dos nossos parentes e amigos que partiram para junto de vós.
INTENÇÕES PARA SANTA MISSA
FAÇA SEU PEDIDO DE ORAÇÃO
SANTO DO DIA:
Beato Eustáquio van Lieshout - 30 de Agosto
INTENÇÕES PARA O MÊS DE AGOSTO:
Universal: Voluntários ao serviço dos necessitados - Para que aqueles que colaboram no campo do voluntariado se entreguem com generosidade ao serviço dos mais necessitados.
Pela Evangelização: Ir ao encontro dos marginalizados - Para que, saindo de nós mesmos, saibamos fazer-nos próximos daqueles que se encontram nas periferias das relações humanas e sociais.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Comum: O Tempo Comum começa no dia seguinte à Celebração da Festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do 1º Domingo do Advento NALC 44.
Cor Litúrgica: VERDE - Simboliza a esperança que todo cristão deve professar. Usada nas missas do Tempo Comum.
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Fique com Deus e sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja Católica
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