sábado, 5 de setembro de 2015

23º Domingo Comum Ano “B” Marcos - A fé e a palavra

Primeira Leitura: Is 35,4-7a - Sl 145,7.8-9a.9bc-10 (R.1.2a) - Segunda Leitura: Tg 2,1-5 - Evangelho: Mc 7,31-37

A fé e a palavra

Muitas vezes, na Escritura, se fala da iniciação à fé como se tratasse de uma cura da nossa surdez e do nosso mutismo. Não é por acaso. A fé, realmente vivida, torna o homem atento à palavra de Deus e o faz proclamá-la; a falta de fé, ao contrário, torna o homem surdo e mudo. A passagem da incredulidade à fé comporta, pois, uma cura do nosso mutismo e da nossa surdez (evangelho). 

Isaias, seguindo também a lógica deste modo de pensar, que considera a cura de uma moléstia física como libertação de um defeito moral, imagina a futura restauração messiânica como uma intervenção de Deus para alívio dos deprimidos, dos cegos, dos surdos, dos coxos e dos mudos (1ª leitura).

Marcos integrou talvez este milagre num ritual de iniciação batismal já existente; a passagem parece ser disso um eco. Os mais antigos rituais batismais já previam um rito sobre os sentidos (olhos em At 9,17; nariz e ouvidos na Tradição de Hipólito).

Escutar e proclamar a palavra

Com frequência a Bíblia descreve a situação do povo, fechado à palavra de Deus, como tendo-se tornado surdo e mudo, e assegura que a desobediência à palavra torna os lábios e os ouvidos inúteis. Quando volta uma época de obediência a Deus, imediatamente as línguas se soltam e proclamam a glória de Deus, como se todos profetizassem. Essas imagens revelam uma verdade essencial: a nossa fé se apóia totalmente numa escuta da palavra de Deus e em sua vivência na prática. Ler ou proclamar a palavra de Deus significa reconhecer o primado de Deus em nossa vida. Os cristãos, como os judeus, sabem que sua fé depende da palavra de Deus; se empregam só palavras humanas para falar de Deus são comparáveis a um mudo ou a uma criança que balbucia.

No batismo o Senhor nos abre os ouvidos e os lábios

O gesto de Jesus narrado pelo evangelho torna-se atual num gesto feito na Igreja para a iniciação dos catecúmenos. No rito do batismo, atualmente em vigor, o gesto do effata foi colocado no fim, entre os sinais de conclusão e de exortação. Enquanto toca os ouvidos e a boca do batizando, o celebrante diz: "O Senhor Jesus, que fez os surdos ouvirem e os mudos falarem, te conceda que possas logo ouvir a sua palavra e professar a fé para louvor e glória de Deus Pai”. Há aqui uma clara intenção pastoral: fazer os pais e padrinhos compreenderem que a criança que eles fizeram batizar deverá ser "instruída” na fé pela escuta da palavra de Deus, e ser educada para a expressão desta fé na oração e na vida. A palavra de Deus na Igreja depois do Concílio e da reforma litúrgica recuperou o lugar que lhe compete: leitura da Bíblia, celebrações bíblicas, nova importância dada à liturgia da palavra.

A liturgia eucarística propriamente dita é sempre precedida por uma liturgia da palavra. Não se trata de uma justaposição.

Compreender a atualidade da Palavra

O papel da palavra na celebração é tão essencial, que a missa pode chamar-se uma celebração eucarística da palavra. Proclama-se ai a palavra de Jesus, expressão perfeita da palavra de Deus, extraída das Escrituras. Mas celebra-se antes de tudo o hoje de Jesus Cristo no meio do mundo.

A palavra revela aos participantes o ritmo pascal, oculto nos acontecimentos de sua vida e da vida do mundo; interpela-os até o Intimo da alma, convida-os à renovação da fé e os introduz concretamente na obediência até a morte, cujo exemplo definitivo foi-lhes dado por Jesus. Em virtude da palavra, a ação de graças do povo reunido em memória da paixão e ressurreição de Cristo, adquire toda a sua atualidade e promove a maior fidelidade à vontade de Deus expressa nos sinais dos tempos.

"A catequese é momento central de toda atividade pastoral, de toda solidariedade e instituição eclesial, de toda estrutura que possa contribuir para a edificação do Corpo Místico de Cristo. A palavra de Deus é essencial para toda experiência cristã; não há iniciativa ou estrutura pastoral que não reflita a exigência de escutar, de apresentar e de aprofundar a mensagem evangélica”. (RdC 143)

Fonte: Missal Dominical (Paulus)

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