DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR
Semana Santa - 2ª Semana do Saltério
Prefácio da Paixão II - Ofício dominical próprio
Credo - Cor: Vermelho - Ano “C” - Lucas
Antífona:
Sem antífona.
Oração do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, para dar aos homens um exemplo de
humildade, quisestes que o nosso salvador se fizesse homem e morresse na cruz.
Concedei-nos aprender o ensinamento da sua paixão e ressuscitar com ele em sua
glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém!
Primeira
Leitura: Livro do Profeta Isaías 50,4-7
O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba
dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me
excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. O Senhor abriu-me os
ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. Ofereci as costas para me baterem e
as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas.
Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo,
conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado. -
Palavra do Senhor.
Comentário: O movimento profético do Segundo
Isaías surtiu efeito junto ao povo oprimido no exílio da Babilônia. Sua atuação
se deu nos últimos anos do exílio, ao redor de 550 a.C. Após um período de prostração
e desesperança, o povo vai recuperando o ânimo, especialmente com a perspectiva
da volta para a terra prometida. Os quatro cânticos do Servo sofredor refletem
o rosto dos exilados em seu processo de construção da esperança. Nessa
caminhada, Deus manifesta sua presença amiga e consoladora. O texto de hoje
corresponde aos primeiros versículos do terceiro canto do Servo sofredor. São
palavras portadoras de muita fé e confiança em Deus. O Servo revela sua
disposição de ouvir os apelos divinos e demonstra ter consciência da missão
especial que Deus lhe dá. É a imagem do povo que não se sente abandonado, mas
protegido e conduzido pelo Senhor. Essa certeza o leva a manter a cabeça
erguida, resistir e perseverar mesmo no meio da incompreensão, das injúrias e
das agressões dos inimigos. Tem a profunda convicção do socorro que vem de
Deus. Por isso, tem a postura própria das pessoas pacíficas, a ponto de
oferecer as costas aos que batem e o rosto aos que arrancam a barba. O povo
sofredor, Servo de Deus, está firme e confiante; manifesta total autonomia
perante os poderosos que o oprimem. Essa situação foi conquistada mediante a
intervenção divina. Foi Deus quem abriu os ouvidos do seu Servo amado a fim de
que pudesse ouvi-lo numa atitude de discípulo; foi Deus também quem lhe “deu a
língua de discípulo para que soubesse trazer ao cansado uma palavra de
conforto”. As pessoas servas de Deus, tanto ontem como hoje, demonstram firmeza
e determinação em profunda solidariedade com os abatidos e cansados. Elas
assumem, na liberdade e na confiança, a missão de espalhar no meio do povo o
fermento novo da justiça. Sua fidelidade à missão alicerça-se na escuta atenta
e renovada da palavra de Deus “de manhã em manhã”. (Vida Pastoral)
Salmo:
21,8-9.17-18a.19-20.23-24
(R.2a) Meu Deus, meu Deus, por
que me abandonastes?
Riem de mim todos aqueles que me veem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça: “Ao Senhor se confiou, ele o liberte e
agora o salve, se é verdade que ele o ama!”
Cães numerosos me rodeiam furiosos, e
por um bando de malvados fui cercado. Transpassaram minhas mãos e os meus pés e
eu posso contar todos os meus ossos.
Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica. Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis
longe, ó minha força, vinde logo em meu socorro!
Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e
no meio da assembleia hei de louvar-vos! Vós, que temeis ao Senhor Deus,
dai-lhe louvores, glorificai-o, descendentes de Jacó, e respeitai-o, toda a
raça de Israel!
Segunda
Leitura: Carta de São Paulo aos Filipenses 2,6-11
Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser
igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a
condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto
humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de
cruz. Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de
todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e
abaixo da terra, e toda língua proclame: "Jesus Cristo é o Senhor",
para a glória de Deus Pai. - Palavra do Senhor.
Comentário: Esse hino cristológico, que Paulo
insere em sua carta aos Filipenses, é uma das primeiras formulações de fé das
comunidades cristãs. Constitui um caminho essencial da espiritualidade cristã.
O caminho, na verdade, é o próprio Jesus, que desceu livremente até o ponto
mais baixo, tornando-se o último. O rebaixamento (quênose) se dá em quatro
degraus: de sua divindade assume a condição humana, torna-se escravo, sofre a
morte e morte de cruz. Esvazia-se totalmente de qualquer dignidade; reduz-se a
nada. Esse processo de aniquilamento, que Jesus livremente aceitou, denuncia
toda espécie de poder. Renunciou não somente à sua condição divina, mas também
aos próprios direitos naturais de uma pessoa comum. Como escravo, perdeu todas
as possibilidades de defender-se das acusações injustas e, por isso, foi
condenado e morto como “maldito”. Desse ponto mais baixo possível, é elevado
pelo Pai ao ponto mais alto. Por causa de sua obediência e humilhação até as
últimas consequências, foi exaltado por Deus, recebendo “o nome que está acima
de todo nome”. O rebaixamento de Jesus revela sua solidariedade radical com os
últimos da sociedade, com aquelas pessoas sem valor, desprezadas, excluídas e
descartadas. Conduziu sua vida não para a realização de seus interesses
próprios. Não veio em busca de honra e glória; veio, sim, como servidor
voluntário das pessoas necessitadas. Esse Jesus que se fez escravo nos convida
ao seu seguimento. É o nosso Mestre. Ele é Deus e Senhor de todas as coisas. A
ele dobramos nossos joelhos e prestamos homenagem, juntamente com toda a
criação. (Vida Pastoral)
Evangelho (mais breve)
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Lucas 23,1-49
Naquele tempo, toda a multidão se levantou e levou
Jesus a Pilatos. Começaram então a acusá-lo, dizendo:
Ass.: “Achamos este homem fazendo subversão entre o
nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser ele mesmo Cristo,
o Rei”.
Leitor 1: Pilatos o interrogou:
Leitor 2: “Tu és o rei dos judeus?”
Leitor 1: Jesus respondeu, declarando:
Pres.: “Tu o dizes!”
Leitor 1: Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes
e à multidão:
Leitor 2: “Não encontro neste homem nenhum crime”.
Leitor 1: Eles, porém, insistiam:
Ass.: “Ele agita o povo, ensinando por toda a
Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui”.
Leitor 1: Quando ouviu isto, Pilatos perguntou:
Leitor 2: “Este homem é galileu?”
Leitor 1: Ao saber que Jesus estava sob a autoridade
de Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém
naqueles dias. Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito
tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e esperava vê-lo fazer
algum milagre. Ele interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe
respondeu. Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei estavam presentes e o
acusavam com insistência. Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com
desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa vistosa e mandou-o de volta a Pilatos.
Naquele dia Herodes e Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes eram
inimigos. Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e
lhes disse:
Leitor 2: “Vós me trouxestes este homem como se
fosse um agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não
encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais; nem Herodes, pois o mandou
de volta para nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. Portanto,
vou castigá-lo e o soltarei”.
Leitor 1: Toda a multidão começou a gritar:
Ass.: “Fora com ele! Solta-nos Barrabás!”
Leitor 1: Barrabás tinha sido preso por causa de
uma revolta na cidade e por homicídio. Pilatos falou outra vez à multidão, pois
queria libertar Jesus. Mas eles gritavam:
Ass.: “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Leitor 1: E Pilatos falou pela terceira vez:
Leitor 2: “Que mal fez este homem? Não encontrei
nele nenhum crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”.
Leitor 1: Eles, porém, continuaram a gritar com
toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava
sempre mais. Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles pediam. Soltou o
homem que eles queriam — aquele que fora preso por revolta e homicídio — e entregou
Jesus à vontade deles. Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de
Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de
Jesus. Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e
choravam por ele. Jesus, porém, voltou-se e disse:
Pres.: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim!
Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! Porque dias virão em que se dirá:
‘Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram à luz
e os seios que nunca amamentaram’. Então começarão a pedir às montanhas: ‘Cai
sobre nós! e às colinas: ‘Escondei-nos!’ Porque, se fazem assim com a árvore
verde, o que não farão com a árvore seca?”
Leitor 1: Levavam também outros dois malfeitores
para serem mortos junto com Jesus. Quando chegaram ao lugar chamado “Calvário”,
ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua
esquerda. Jesus dizia:
Pres.: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que
fazem!”
Leitor 1: Depois fizeram um sorteio, repartindo
entre si as roupas de Jesus. O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes
zombavam, dizendo:
Ass.: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo,
se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!”
Leitor 1: Os soldados também caçoavam dele;
aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, e diziam:
Ass.: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti
mesmo!”
Leitor 1: Acima dele havia um letreiro: “Este é o
Rei dos Judeus”. Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo:
Leitor 3: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo
e a nós!”
Leitor 1: Mas o outro o repreendeu, dizendo:
Leitor 4: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a
mesma condenação? Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos;
mas ele não fez nada de mal”.
Leitor 1: E acrescentou:
Leitor 4: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares
no teu reinado”.
Leitor 1: Jesus lhe respondeu:
Pres.: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás
comigo no Paraíso”.
Leitor 1: Já era mais ou menos meio-dia e uma
escuridão cobriu toda a terra até as três horas da tarde, pois o sol parou de
brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio, e Jesus deu um forte
grito:
Pres.: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”.
Leitor 1: Dizendo isso, expirou.
Todos se ajoelham e ficam em silêncio
Leitor 1: O oficial do exército romano viu o que
acontecera e glorificou a Deus, dizendo:
Leitor 5: “De fato! Este homem era justo!”
Leitor 1: E as multidões, que
tinham acorrido para assistir, viram o que havia acontecido e voltaram para
casa, batendo no peito. Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que
o acompanhavam desde a Galileia, ficaram à distância, olhando essas coisas. - Palavra da Salvação.
Comentários:
A paixão
de Jesus gira em torno de um paradoxo: um inocente condenado a morrer como os
bandidos e os marginais. Seus acusadores foram incapazes de aduzir uma só prova
consistente contra ele. A autoridade romana, que deveria confirmar a sentença
de morte dada pelo tribunal judaico, declarou não ter encontrado em Jesus nada
que justificasse uma punição. Foi por isso que Pilatos achou por bem enviá-lo a
Herodes, cuja jurisdição abrangia a Galiléia, na tentativa de confirmar seu
parecer. Ao ser enviado de volta, Pilatos deduziu que também Herodes nada havia
apurado contra Jesus. A atitude do Mestre, ao longo de todo o processo, foi de
silêncio. Ele agia como o Servo Sofredor, que Isaías comparou com um cordeiro
manso, levado ao matadouro. Seu silêncio justificava-se. Era impossível buscar
a verdade dos fatos com quem estava fechado para a verdade. Não existe Lei para
quem se arvora em senhor da vida e da morte do próximo. Toda tirania descamba
para a injustiça. A fragilidade de Jesus diante de seus carrascos tem a
densidade de um gesto profético. Ele se recusou, até o fim, a entrar na ciranda
da violência, que paga com a mesma moeda a injustiça sofrida. Não respondendo
ao mal com o mal, Jesus conseguiu desarticulá-lo, mostrando que é possível ao
ser humano não se deixar dominar por seus instintos perversos. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Durante a Semana Santa, a sagrada
Liturgia oferece à nossa meditação textos preciosos do Profeta Isaías. Aquela
experiência histórica dos profetas, que inclui perseguições e morte, torna-se
profecia da Paixão e Morte de Nosso Senhor. De tal forma o livro de Isaías está
ligado ao Messias esperado por Israel, que muitos o consideram como um protoevangelho
(um Evangelho que se antecipa aos Evangelhos do Novo Testamento). Nesta
passagem, falando em primeira pessoa, Isaías se identifica com Cristo,
discípulo perfeito do Pai, a quem ouve com ouvidos dóceis e coração atento.
Mesmo abalado em sua natureza humana, a ponto de suar sangue em sua agonia, no
Getsêmani, Jesus foi adiante em seu sacrifício salvador, sem se desviar dos golpes,
das ofensas, da cruz. A Face que revelava o Pai foi alvo de golpes e
cusparadas. O Rosto que Maria beijou foi esbofeteado pelo guarda do Sumo
Sacerdote. Mas o Servo do Senhor não se esquivou. Apoiado no amor do Pai, Jesus
não reluta diante do método escolhido para nos salvar. Ele não se rebela
perante a dor e a humilhação. Se o pecado entrara no mundo por um ato de
rebeldia e autonomia descabidas, a entrega de Jesus assume o caminho oposto,
que Paulo define como despojamento e aniquilação (cf. Fl 2). Mas podemos ler a
palavra de Isaías em novo sentido. “Não desviar o rosto” é uma atitude típica
de nosso Deus. Ele não fica indiferente diante de nossa dor. Ele não assume
atitude neutra quando o mal nos atinge. Ele é o mesmo Deus que VÊ nossa
aflição, OUVE nosso clamor, CONHECE nossos sofrimentos e, por isso, DESCE para
nos salvar (cf. Ex 3, 7ss). Ao contrário, desviar o rosto de alguém que passa
por nós é um gesto de repulsa, de fechamento do coração. Denota indiferença ou
ruptura de relações. Os amigos se encaram, os apaixonados se beijam. A mãe se
debruça sobre o berço e o olhar do bebê a contempla, face a face. Na Semana
Santa, mais que ficar comovidos diante das dores do Senhor Jesus, deveríamos
sentir-nos impelidos a anunciar ao mundo inteiro que nosso Deus é Amor. Um Deus
que se faz carne, convive conosco, senta-se à nossa mesa, palmilha nossas
estradas, sem nunca se desviar de nós. Depois de Cristo e seu Calvário, a
Humanidade sabe que não caminha mais sozinha. (Antônio Carlos Santini / Com
Católica Nova Aliança)
Serenidade de Jesus e
atitude dos discípulos
Este ano, a
leitura da entrada em Jerusalém e da Paixão é tirada do Evangelho de S. Lucas.
Ramos e Paixão: dois momentos da mesma realidade: Jesus é o Messias sofredor de
que fala a primeira leitura. Jesus é o servo obediente até à morte de cruz,
como escreveu S. Paulo. Jesus entra em Jerusalém não como um rei revestido de
poder político-militar, mas como o rei messiânico, montado num jumentinho, como
anunciara o profeta (Zacarias 9,9). Vem em nome do Senhor, para salvar a
humanidade.
S. Lucas
narra que só a multidão dos discípulos aclamava alegremente a Jesus, por causa
de «todos os milagres que tinham visto». Em contrapartida, os fariseus pedem:
«Mestre, repreende os teus discípulos!» É curioso como Jesus responde: «Se eles
se calarem, clamarão as pedras!» De facto, juntamente com os discípulos, também
a criação vai dar testemunho. A terra vai estremecer, o sol vai perder a sua
luz e o dia vai transformar-se em noite: «as trevas cobriram toda a terra,
porque o sol se tinha eclipsado». Jesus é Senhor de todo o universo e a sua
Redenção beneficiará todas as criaturas. «Ao nome de Jesus todos se ajoelhem no
Céu, na terra e nos abismos».
Jesus Cristo
é o Senhor! Esta afirmação testemunha a sua divindade. Porque é de condição
divina, tem pleno conhecimento da sua missão salvífica. Anunciara de antemão a
sua morte em Jerusalém: «Devo seguir o meu caminho, porque não se admite que um
profeta morra fora de Jerusalém» (Luc 13,33).
A leitura da
Paixão começa com Jesus sentado à mesa, afirmando que deseja «ardentemente
comer aquela Páscoa» com os seus discípulos. Tinha chegado a sua hora. Jesus
sabia que era a última refeição. Esta Última Ceia com os discípulos revela-nos
uma profunda paz. Jesus vive interiormente a sua morte. Oferece àqueles que ama
o alimento do seu Corpo, que vai ser entregue e do seu Sangue que vai ser
derramado. Jesus vive conscientemente a sua morte. Livremente oferece o seu
corpo como alimento de vida eterna. Dá graças. Aponta-nos o sentido da sua
morte: Oferece a sua vida pelos homens. «Amou-nos até ao fim». Realiza o querer
divino, cumpre a vontade de seu eterno Pai: «Pai se é possível afasta de mim
este cálice. Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua». Antes de
expirar, reza tranquila e cheia de confiança filial: «Pai, em vossa mãos entrego
o meu espírito». Que morte tão serena, tão cheia de paz, numa íntima conversa
com Deus Pai! Perdoando aos que O matam, desculpando-os! Depois, oferecendo o
Paraíso a todos, mesmo a um malfeitor! É o triunfo completo do Amor divino! A
morte de Jesus é o início do reino de Deus. «Estou no meio de vós como quem
serve. Preparo para vós um reino. Comereis e bebereis à minha mesa, no meu
reino.» (Luc 22,27-30)
A Eucaristia
é o memorial da paixão e morte de Jesus. As nossas missas são o prolongamento
do amor misericordioso do Coração de Jesus: «Fazei isto em memória de mim!»
Durante a Paixão, S. Lucas mostra-nos quatro vezes Jesus em oração. Numa dessas
vezes reza por S. Pedro, a quem perdoa o seu futuro pecado. Isto quer dizer que
também perdoou os nossos, pois a sua morte foi para nos salvar. Jesus está
sempre em união com Seu eterno Pai. É outro exemplo divino para nós. No meio
dos sofrimentos da vida, temos sempre o recurso à oração donde brota toda a paz
e toda força sobre-humana. A oração é a porta pela qual Deus envia os seus
Anjos para nos confortar. Na bíblia, a presença angélica exprime a presença de
Deus.
A Eucaristia
faz-nos viver todo este mistério pascal. É o mistério central da nossa fé:
Anunciamos Senhor a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição, vinde,
Senhor Jesus. (presbiteros.com.br)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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