PAIXÃO DO SENHOR - 2ª Semana do Saltério
Jejum e abstinência - Ofício Próprio
Cor: Vermelho - Ano “C” Lucas
Oração do Dia: Deus,
pela paixão de nosso Senhor Jesus Cristo destruístes a morte que o primeiro
pecado transmitiu a todos. Concedei que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho
e, assim, como trouxemos pela natureza a imagem do homem terreno, possamos
trazer pela graça a imagem do homem novo. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira
Leitura: Livro do Profeta Isaías 52,13-53,12
Ei-lo, o meu servo
será bem sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. Assim como muitos
ficaram pasmados ao vê-lo - tão desfigurado ele estava que não parecia ser um
homem ou ter aspecto humano -, do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os
povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes
foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram.
Quem de nós deu
crédito ao que ouvimos? E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor? Diante
do Senhor ele cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca. Não
tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos
agradasse. Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores,
cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era,
não fazíamos caso dele.
A verdade é que ele
tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós
pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado! Mas ele foi ferido
por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes; a punição a
ele imposta era o preço da nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura.
Todos nós vagávamos
como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor fez recair
sobre ele o pecado de todos nós. Foi maltratado, e submeteu-se, não abriu a
boca; como cordeiro levado ao matadouro ou como ovelha diante dos que a
tosquiam, ele não abriu a boca. Foi atormentado pela angústia e foi condenado.
Quem se preocuparia com sua história de origem?
Ele foi eliminado
do mundo dos vivos; e por causa do pecado do meu povo foi golpeado até morrer.
Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não
praticou o mal, nem se encontrou falsidade em suas palavras. O Senhor quis
macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá
descendência duradoura, e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor.
Por esta vida de
sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu servo, o justo, fará
justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. Por isso,
compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes
seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor;
ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos
pecadores. - Palavra do Senhor.
Comentário: Este texto descreve a paixão do
Servo: ele é justo e inocente, mas sofre as consequências de uma estrutura da
sociedade onde vive, e por isso morre esmagado sob o peso dos erros de todos.
Contudo, é através do seu aparente fracasso que o projeto de Deus vai triunfar:
o Servo é glorificado e traz a salvação para todos. Ao narrar a paixão de
Jesus, os Evangelhos praticamente retomam este quarto cântico em todos os
detalhes; na sua vida e morte, Jesus se identificou completamente com o povo
pobre que, em todos os tempos e lugares, é vítima da injustiça e exploração, da
opressão e esquecimento. (deusunico.com)
Salmo:
30(31),2.6.12-13.15-16.17.25
(R.Lc 23,46) Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
Senhor, eu ponho em vós minha esperança;
que eu não fique envergonhado eternamente! Em vossas mãos, Senhor, entrego meu
espírito, porque me salvareis, Deus fiel!
Tornei-me o opróbrio do inimigo, o desprezo
e zombaria dos vizinhos, e objeto de pavor para os amigos; fogem de mim os que
me veem pela rua. Os corações me esqueceram como um morto, e tornei-me como um
vaso espedaçado.
A vós, porém, ó meu Senhor, eu me
confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! Eu entrego em vossas mãos o meu
destino; libertai-me do inimigo e do opressor!
Mostrai serena a vossa face ao vosso
servo, e salvai-me pela vossa compaixão. Fortalecei os corações, tende coragem,
todos vós que ao Senhor vos confiais!
Segunda
Leitura: Carta aos Hebreus 4,14-16; 5,7-9
Irmãos, temos um
sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso,
permaneçamos firmes na fé que professamos. Com efeito, temos um sumo sacerdote
capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo
como nós, com exceção do pecado.
Aproximemo-nos
então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia
e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno. Cristo, nos dias de
sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele
que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a
Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus, por
aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de
salvação eterna para todos os que lhe obedecem. - Palavra do Senhor.
Comentário: Os cristãos não devem temer a
Jesus mas aproximar-se dele confiantes, certos de sua acolhida misericordiosa.
A figura do sumo sacerdote se realiza plenamente em Jesus, de modo superior ao
sacerdócio de Aarão e de qualquer liturgia terrena. Cristo atravessou o céu e,
ressuscitado, vive para sempre aquela “justa compaixão” que testemunhou aos
homens no momento da paixão. Como Filho, e do mesmo modo que o misterioso
Melquisedec, Jesus se empenha para sempre, com toda a sua pessoa, na súplica e
no sacrifício. A paixão é vista aqui como a mais solene prece de intercessão e
o mais sublime ato de obediência. Os versículos 9-10 anunciam o tema da próxima
parte: levado à perfeição, Jesus tornou-se o princípio de salvação eterna, pois
recebeu de Deus o título de sumo sacerdote. (deusunico.com)
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo João 18,1-19,42
Naquele tempo, Jesus saiu com os discípulos para o
outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os
discípulos. Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava
reunir-se aí com os seus discípulos. Judas levou consigo um destacamento de
soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com
lanternas, tochas e armas.
Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer,
saiu ao encontro deles e disse: A quem procurais? Responderam: A Jesus, o
nazareno. Ele disse: Sou eu. Judas, o traidor, estava junto com eles. Quando
Jesus disse "sou eu", eles recuaram e caíram por terra. De novo lhes
perguntou: A quem procurais?
Eles responderam: A Jesus, o nazareno. Jesus
respondeu: Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que
estes se retirem. Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito: "Não
perdi nenhum daqueles que me confiaste". Simão Pedro, que trazia uma
espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a
orelha direita. O nome do servo era Malco. Então Jesus disse a Pedro: Guarda a
tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?"
Conduziram Jesus Primeiro a Anás
- Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o
amarraram. Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o sumo
sacerdote naquele ano. Foi Caifás que deu aos judeus o conselho: "É
preferível que um só morra pelo povo". Simão Pedro e um outro discípulo
seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com
Jesus no pátio do sumo sacerdote.
Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro
discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, conversou com a
encarregada da porta e levou Pedro para dentro. A criada que guardava a porta
disse a Pedro: Não pertences também tu aos discípulos desse homem? Ele
respondeu: Não.
Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e
estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. Entretanto,
o sumo sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu
ensinamento. Jesus lhe respondeu: Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre
na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às
escondidas. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles
sabem o que eu disse.
Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali
estava deu-lhe uma bofetada, dizendo: É assim que respondes ao sumo
sacerdote? Respondeu-lhe Jesus: Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei
bem, por que me bates? Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o sumo
sacerdote.
Não és tu também um dos discípulos dele?
Pedro negou: "Não!" - Simão Pedro continuava lá, em
pé, aquecendo-se. Disseram-lhe: Não és tu, também, um dos discípulos dele?
Pedro negou: Não! Então um dos empregados do sumo sacerdote, parente daquele a
quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: Será que não te vi no jardim com ele?
Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou.
O meu reino não é deste mundo
- De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles
mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a
páscoa. Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse: Que acusação apresentais
contra este homem? Eles responderam: Se não fosse malfeitor, não o teríamos
entregue a ti! Pilatos disse: Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo
com a vossa lei. Os judeus lhe responderam: Nós não podemos condenar ninguém à
morte. Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte
havia de morrer. Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e
perguntou-lhe: Tu és o rei dos judeus?
Jesus respondeu: Estás dizendo isto por ti mesmo,
ou outros te disseram isto de mim? Pilatos falou: Por acaso, sou judeu? O teu
povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste? Jesus respondeu: O
meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas
teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é
daqui. Pilatos disse a Jesus: Então tu és rei? Jesus respondeu: Tu o dizes: eu
sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz. Pilatos disse a Jesus: O que é
a verdade? Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus e disse-lhes: Eu
não encontro nenhuma culpa nele. Mas existe entre vós um costume, que pela
páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos judeus? Então,
começaram a gritar de novo: Este não, mas Barrabás! Barrabás era um bandido.
Viva o rei dos judeus!
- Então Pilatos mandou flagelar Jesus. Os soldados teceram uma coroa de espinhos
e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho, aproximavam-se
dele e diziam: Viva o rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. Pilatos saiu de
novo e disse aos judeus: Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que
saibais que não encontro nele crime algum. Então Jesus veio para fora, trazendo
a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes: Eis o homem! Quando
viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar: Crucifica-o!
Crucifica-o! Pilatos respondeu: Levai-o vós mesmos para crucificá-lo, pois eu
não encontro nele crime algum. Os judeus responderam: Nós temos uma lei, e,
segundo esta lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus. Ao ouvir estas
palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. Entrou outra vez no palácio e
perguntou a Jesus: De onde és tu? Jesus ficou calado. Então Pilatos disse: Não
me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para
te crucificar? Jesus respondeu: Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se
ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa
maior.
Fora! Fora! Crucifica-o!
- Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam: Se
soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei,
declara-se contra César. Ouvindo estas palavras, Pilatos levou Jesus para fora
e sentou-se no tribunal, no lugar chamado "Pavimento", em hebraico
"Gábata". Era o dia da preparação da páscoa, por volta do meio-dia.
Pilatos disse aos judeus: Eis o vosso rei! Eles, porém, gritavam: Fora! Fora!
Crucifica-o! Pilatos disse: Hei de crucificar o vosso rei? Os sumos sacerdotes
responderam: Não temos outro rei senão César. Então Pilatos entregou Jesus para
ser crucificado, e eles o levaram.
Ali o crucificaram , com outros dois
- Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado "Calvário",
em hebraico "Gólgota". Ali o crucificaram, com outros dois: um de
cada lado, e Jesus no meio. Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e
colocá-lo na cruz; nele estava escrito: "Jesus, o nazareno, o rei dos
judeus". Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus
foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico,
latim e grego. Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: Não
escrevas "o rei dos judeus", mas sim o que ele disse: "Eu sou o
rei dos judeus". Pilatos respondeu: O que escrevi, está escrito.
Repartiram entre si as minhas vestes
- Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro
partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem
costura, em peça única de alto a baixo. Disseram então entre si: Não vamos
dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será. Assim se cumpria a
escritura que diz: "Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte
sobre a minha túnica". Assim procederam os soldados.
Este é o teu filho. Esta é a tua mãe
- Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de
Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo
que ele amava, disse à mãe: Mulher, este é o teu filho. Depois disse ao
discípulo: Esta é a tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu
consigo.
Tudo está consumado
- Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a
escritura se cumprisse até o fim, disse: Tenho sede. Havia ali uma jarra cheia
de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à
boca de Jesus. Ele tomou o vinagre e disse: Tudo está consumado. E, inclinando
a cabeça, entregou o espírito.
E logo saiu sangue e água
- Era o dia da preparação para a páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos
ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa
solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados
e os tirasse da cruz. Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do
outro que foram crucificados com Jesus. Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que
já estava morto, não lhe quebraram as pernas; mas um soldado abriu-lhe o lado
com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu, dá testemunho e seu
testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também
acrediteis. Isso aconteceu para que se cumprisse a escritura, que diz:
"Não quebrarão nenhum dos seus ossos". E outra escritura ainda diz:
"Olharão para aquele que transpassaram".
Envolveram o corpo de
Jesus com aromas, em faixas de linho - Depois disso, José de
Arimatéia, que era discípulo de Jesus - mas às escondidas, por medo dos judeus
- pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José
veio tirar o corpo de Jesus. Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha
ido de noite encontrar-se com Jesus. Levou uns trinta quilos de perfume feito
de mirra e aloés. Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os
aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar. No lugar onde
Jesus, foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda
ninguém tinha sido sepultado.
Por causa da preparação da páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que
colocaram Jesus. - Palavra da
Salvação.
Comentários:
Conhecer
Jesus significa conhecer também o mistério da cruz e a grande mensagem que esse
mistério nos traz: Deus amou tanto o mundo que lhe enviou seu Filho Unigênito,
não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele, e ele
derramou o seu próprio sangue derramado na cruz, fazendo-se oferenda perfeita
para expiação dos nossos pecados. Conhecer Jesus através do mistério da cruz
significa tornar-se capaz de fazer-se também oferenda a Deus, amando até o fim,
tornar-se uma perfeita oblação a Deus pela salvação da humanidade e, hoje,
tornar-se oblação é antes de tudo tornar-se um missionário da vitória do Cristo
sobre o pecado e a morte. (CNBB)
A última
palavra de Jesus crucificado foi uma proclamação de que sua missão específica
tinha atingido seu ápice e ele a dava por concluída. A exclamação: “Tudo está
consumado” pode ser entendida sob diversos ângulos. Significava que Jesus tinha
sido fiel ao Pai, no grau mais elevado. Proclamava que a Encarnação chegara a
seu limite. Nada de autenticamente humano deixou de ser assumido por Jesus,
mesmo os aspectos mais trágicos da existência humana. Desta forma, convocava os
discípulos a serem também fiéis ao Pai, mesmo sendo vítimas da injustiça e da
maldade humana. As últimas palavras de Jesus, na cruz, sintetizavam sua
contínua disposição de assumir, com radicalidade, todas as coisas e fazê-las
bem, não se contentando com a mediocridade nem se deixando intimidar pela
grandiosidade da missão. Podiam ser tomadas como alerta aos discípulos. Uma vez
cumprida a missão reservada a Jesus, convinha que cada qual se sentisse apelado
a realizar, com as mesmas disposições do Mestre, a parte que lhe competia. As
palavras finais de Jesus não podem ser tomadas como capitulação ou conformismo
diante da injustiça de que foi vítima. Nem como consciência de ter sido vencido
pelas forças da morte. Jesus concluiu sua missão terrena certo de que sua vida foi
pura entrega ao Pai a serviço da salvação da humanidade. Tarefa que realizou de
maneira perfeita! (Padre Jaldemir
Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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