sexta-feira, 15 de julho de 2016

Liturgia Diária Comentada 15/07/2016 sexta-feira

15ª Semana do Tempo Comum - 3ª Semana do Saltério
Prefácio Comum ou dos Pastores - Ofício da Memória
Cor: Branco - Ano “C” Lucas

Memória Obrigatória: BOAVENTURA - Doutor da Igreja

Antífona: Antífona: Salmo 36,30 - O justo medita a sabedoria e sua palavra ensina justiça, pois traz no coração a lei do seu Deus.

Oração do Dia: Concedei-nos, Pai todo-poderoso, que, celebrando a festa de são Boa Ventura, aproveitemos seus preclaros ensinamentos e imitemos sua ardente caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

Primeira Leitura: Livro do Profeta Isaías 38,1-6.21-22.7-8


Naqueles dias, Ezequias foi acometido de uma doença mortal. Foi visitá-lo o profeta Isaías, filho de Amós, e disse-lhe: “Isto diz o Senhor: Arruma as coisas de tua casa, pois vais morrer e não viverás”. Então Ezequias virou o rosto contra a parede e orou ao Senhor, dizendo: “Peço-te, Senhor, te lembres de que tenho caminhado em tua presença, com fidelidade e probidade de coração, e tenho praticado o bem aos teus olhos”. Ezequias prorrompeu num grande choro.

A palavra do Senhor foi dirigida a Isaías: “Vai dizer a Ezequias: Isto diz o Senhor, Deus de Davi, teu pai: ‘Ouvi a tua oração, vi as tuas lágrimas; eis que vou acrescentar à tua vida mais quinze anos, vou libertar-te das mãos do rei da Assíria, junto com esta cidade, que ponho sob minha proteção’. Então, Isaías ordenou que fizessem uma cataplasma de massa de figos e a aplicassem sobre a ferida, que ele ficaria bom. Perguntou Ezequias: “E qual é o sinal de que hei de subir à casa do Senhor?” “Este é o sinal que terás do Senhor, de que ele cumprirá a promessa que fez: Eis que farei recuar dez graus a sombra dos graus que já desceu no relógio solar de Acaz”. De fato, a marca do sol recuara dez graus dos que ela tinha descido. - Palavra do Senhor.

Comentário: A mensagem desta leitura consiste na eficácia da oração. Oração feita de coração sincero, com extrema delicadeza, apesar do pranto incontido que a acompanha. Ezequias não pede expressamente a própria cura, conquanto seja claro seu ardente desejo. Diz simplesmente: “Senhor, recorda-te de que passei a vida diante de ti com fidelidade”. E deixa a Deus o interpretar sua prece. Jesus ensina-nos a rezar. Ensina-nos a pedir a Deus com simplicidade de coração, como faz a criança com seu pai ou sua mãe. Também as coisas materiais entram na oração e a Deus não desagrada que lhe peçamos também a saúde do corpo, quando necessário; sabe que nós, como Ezequias, somos apegados à vida. Mas só é “boa” a oração que não pretende ligar Deus aos nossos caprichos ou interesses. Devemos crer em seu amor, saber entrar confiantemente em seu plano, que é sempre um plano de salvação, embora diferente do nosso. Porque ainda não aprenderam a amar, muitos cristãos nunca aprenderam a orar. (Missal Cotidiano)

Salmo: Is 38, 10. 11. 12abcd. 16 (R. Cf. 17b)
Vós livrastes minha vida do sepulcro, a fim de eu não deixar de existir.

Eu dizia: “É necessário que eu me vá no apogeu de minha vida e de meus dias; para a mansão triste dos mortos descerei, sem viver o que me resta dos meus anos”.

Eu dizia: “Não verei o Senhor Deus sobre a terra dos viventes nunca mais; nunca mais verei um homem neste mundo!”

Minha morada foi à força arrebatada, desarmada como a tenda de um pastor. Qual tecelão, eu ia tecendo a minha vida, mas agora foi cortada a sua trama.

Ó Senhor, meu coração em vós espera; por vós há de viver o meu espírito, curai-me e conservai a minha vida.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 12,1-8

 Naquele tempo, Jesus passou no meio de uma plantação num dia de sábado. Seus discípulos tinham fome e começaram a apanhar espigas para comer. Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: “Olha, os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer em dia de sábado!” Jesus respondeu-lhes: “Nunca lestes o que fez Davi, quando ele e seus companheiros sentiram fome? Como entrou na casa de Deus e todos comeram os pães da oferenda que nem a ele nem aos seus companheiros era permitido comer, mas unicamente aos sacerdotes? Ou nunca lestes na Lei, que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado sem contrair culpa alguma?

Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior do que o Templo.

Se tivésseis compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’, não teríeis condenado os inocentes.

De fato, o Filho do Homem é senhor do sábado”. - Palavra da Salvação.

Comentários:

Existem pessoas que acham que é difícil seguir Jesus por causa da radicalidade das exigências evangélicas, no entanto, essas mesmas pessoas ficam criando uma série de dificuldades a partir de um legalismo ritual, moral e religioso que acabam por fazer do seguimento de Jesus uma causa de sofrimento e de dor e não uma causa de alegria e felicidade de quem descobre os valores que o conduz para a vida eterna. Muitos cristãos vivem colocando proibições e ficam contentes quando podem falar "não" a alguém. De fato, essas pessoas não entenderam o Evangelho de hoje, muito menos o amor que Deus tem para com seus filhos e filhas. (CNBB)

Jesus foi firme ao rebater as críticas dos fariseus quando viram os discípulos colhendo espigas de trigo e comendo-as, em dia de sábado. Para os fariseus, este fato configurava-se como um aberto desrespeito à Lei. E, pior ainda, praticado com a anuência do Mestre Jesus. Algo de errado estava acontecendo: alguém, pensando ensinar em nome de Deus, mostrava-se incapaz de respeitar uma Lei dada pelo mesmo Deus. Daí podia-se concluir, sem perigo de errar, que Jesus não vinha da parte de Deus. Entretanto, este desrespeito à Lei de Deus era só aparente. Jesus estava em perfeita comunhão com Deus ao concordar que, quem estivesse com fome, podia encontrar um meio de saciá-la, mesmo atropelando uma Lei religiosa. O imperativo da vida estava perfeitamente de acordo com a vontade de Deus. Errado seria obrigar os discípulos do Mestre a desfalecer pelo caminho, embora tivessem alimento à mão, só porque a colheita estava no rol das atividades proibidas em dia de sábado. O gesto de Jesus teve um antecedente no Antigo Testamento, na pessoa de Davi. Fugindo da perseguição de Saul, chegara faminto a um santuário, cujo sacerdote, na falta de outro pão, ofereceu ao fugitivo o pão consagrado, que só aos sacerdotes era permitido comer. Gesto sensato, pois o pão consagrado destinava-se a garantir a vida de um ser humano. Portanto, a atitude do sacerdote foi plenamente agradável a Deus. O mesmo aconteceu com Jesus! (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)

Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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