A política brasileira tem configurado cenários que deixam os
cidadãos perplexos. Palco de muitas
aventuras e disparates, a política, que deveria ser instrumento de construção
do bem comum, é vivida de modo inadequado. E as consequências são evidentes:
inúmeros prejuízos que pesam sobre os ombros do povo. Candidatar-se é fácil, e
talvez nem seja tão difícil obter algum sucesso no processo eleitoral. Exigente
é cultivar a competência para garantir o bem do povo, por meio da execução de
projetos que busquem o desenvolvimento integral. Essa fragilidade no perfil de representantes
eleitos surpreende ao assistirmos muitos deles exercerem a função de juízes sem
a necessária competência e seriedade moral. Faz até lembrar o conhecido
episódio dos conterrâneos religiosos de Jesus que trouxeram uma mulher,
surpreendida em flagrante adultério, para que fosse condenada. Bastou uma
indicação do Mestre - “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra” - para
que todos eles, um a um, se afastassem da condição de juiz.
Os vícios terríveis no mundo da política, dos conchavos à
defesa de privilégios e benesses, que injustamente corroem o erário, emolduram
o conjunto das peças que produzem outra perplexidade cidadã: a falta de
credibilidade nos discursos dos representantes do povo. A política parece ser o
lugar da falácia, em vez de ambiência marcada pela transparência e honestidade.
Grande é a perplexidade diante das feridas que vão sendo abertas na democracia,
em razão de operações que ferem legalidades. Faz-se o que se quer, por
interesses partidários e eleitoreiros, e o pior: verifica-se a perversidade
quando se passa por cima de pessoas e histórias, desrespeitando a população.
Vale tudo para se alcançar a vitória partidária. Prevalecem os interesses particulares ou de
pequenos grupos. Em segundo plano, fica o compromisso com o desenvolvimento
integral.
Há uma miopia que satisfaz governantes, políticos e
construtores da sociedade no leito de suas garantias e deixa o Brasil
paralisado, convivendo com a vergonha da miséria e das exclusões, com a
carência de infraestrutura e a incompetência para valorizar as riquezas do
país. Esse cenário de atrasos alimenta a violência, o ódio e a discriminação
rancorosa, vingativa. Agrava feridas abertas que deveriam fazer com que muitos
assumissem suas responsabilidades - especialmente os que detêm poder e
influência. Mas para isso, a primeira
indicação é cultivar a simplicidade de uma postura séria no exercício da
política e em diversas outras circunstâncias. Uma qualidade que define
competências para se buscar o bem comum. Com seriedade, é possível eliminar
certos hábitos culturais de quem tem gosto por assentar-se em inverdades. Sem
seriedade, cedo ou tarde, haverá a ruína de projetos, o comprometimento de
serviços e o enfraquecimento da democracia.
É ilusão achar que há força democrática em muitas situações
ocorridas no mundo político. Por isso, com frequência, o povo não identifica
credibilidade em seus representantes, inclusive quando os eleitos ocupam-se da
tarefa de julgar. Julgar, pelo bem da verdade e da justiça, é um ato de extrema
nobreza. Porém, esse exercício exige seriedade e, sobretudo, moralidade
pública. Caso contrário, sobram hipocrisias, hegemonias de grupos, riscos de
retrocessos, visões ultrapassadas e comprometedoras do bem maior. O exercício
da política só merecerá crédito quando se tornar efetiva a prática que busca
solucionar as causas estruturais da pobreza e de outros descompassos vergonhosos.
Política que não resolve os problemas enfrentados pelos mais
pobres permanece mergulhada na lama de mazelas que tornam a sociedade e sua
democracia muito frágeis. Consequentemente, faz surgir novas crises. É
incontestável que a desigualdade é a raiz de todos os males sociais. Por isso,
diante de tantas perplexidades advindas da política, espera-se que a promoção
da dignidade de cada pessoa seja reconhecida como pilar. E esse caminho começa
pela via da seriedade, única forma de eliminar as perplexidades cidadãs.
Dom Walmor Oliveira de
Azevedo / Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Fonte: CNBB
Foto retirada da internet
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