Nas discussões religiosas, mais do que nas outras, é
indispensável entender bem e, por consequência, saber bem claramente o que se
fala.
Como vamos falar do Santíssimo Sacramento, para estabelecer
claramente a realidade da presença de Nosso Senhor na Eucaristia, comecemos por
expor algumas palavras o que ensina a Igreja Católica sobre este grande
mistério. Antes de tudo, devemos evitar mal-entendidos.
A fé nos mostra que Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro
Deus e verdadeiro homem, querendo habitar em meio à sua Igreja até o fim do
mundo e provar constantemente a fé de seus fieis, instituiu o sacramento da
Eucaristia, na Quinta-feira Santa, no Cenáculo, na cidade de Jerusalém, algumas
horas antes de começar sua dolorosa Paixão.
Ele tomou o pão ázimo (isto é, sem fermento), abençoou-o
e, por sua onipotência, transformou-o na própria substância de seu corpo;
depois tomou um cálice, que encheu de vinho, abençoou-o e consagrou-o na
substância do Seu Sangue divino;
De tal maneira que os apóstolos, ao receber o que Jesus
lhes apresentou, receberam não pão e vinho, mas o Corpo e o Sangue de Jesus
Cristo, o próprio Jesus Cristo, oculto sob as aparências do pão e do vinho.
A fé nos mostra que na hóstia consagrada o Corpo do
Salvador é vivo, todo inteiro, unido ao Seu Sangue, à sua alma e à Sua
divindade; o mesmo se dá em cada partícula da Santa Hóstia: Jesus Cristo está
realmente, substancialmente e corporalmente presente, como na Hóstia inteira.
Quando o sacerdote toma a Hóstia, ele não parte o Corpo do
Senhor, mas somente o sinal sensível, a aparência do pão, que vela este Corpo
divino e que o torna presente no altar.
No cálice, Jesus Cristo está igualmente presente todo
inteiro. Seu Sangue adorável está aqui, cheio de vida, unido ao Seu Corpo, à
Sua alma e à Sua divindade.
Jesus Cristo está presente em cada gota de vinho
consagrado, como em cada partícula da Santa Hóstia.
A Eucaristia é, pois, um Sacramento (isto é, um sinal
exterior) que contém realmente e substancialmente Nosso Senhor Jesus Cristo,
Deus feito homem sob as espécies do Pão e do Vinho.
O Sacramento da Eucaristia torna presente no meio de nós,
ainda que velado a nosso olhar, nosso Divino Salvador, como seu Corpo, seu
Sangue, sua alma e sua divindade. Como é o mais augusto, o mais santo de todos
os sacramentos, é chamado o Santíssimo Sacramento, o Sacramento por excelência.
Graça por excelência
Dá-se a ele também o nome de Eucaristia; esta palavra vem
do grego e significa a graça por excelência.
O Santíssimo Sacramento é, pois, o bom Deus; é Jesus Cristo que está
aqui, corporalmente presente em meio aos cristãos.
Como outrora em Belém, em Nazaré, em Jerusalém, o Filho
eterno de Deus, estava por sua humanidade, realmente presente no meio dos
homens; assim, pelo Santíssimo Sacramento, Ele continua a habitar realmente no
meio de Deus.
Não o vemos, mas Ele está igualmente presente, como um homem
está realmente presente numa habitação, mesmo estando escondido atrás de uma
cortina.
O véu que na Eucaristia, nos oculta Jesus Cristo são as
espécies sacramentais, isto é, as aparências do pão e do vinho. Em Jerusalém, o
véu que ocultava aos judeus a divindade do Salvador era a sua humanidade.
Os judeus deviam crer na divindade, que eles não viam, e
que, no entanto, estava realmente presente: nós devemos crer igualmente naquilo
que não vemos, isto é, na divindade e na humanidade de Jesus Cristo, ambas
presentes sob o véu da Hóstia consagrada.
A Igreja nos ensina ainda que os sacerdotes, e somente
eles, recebem de Deus, por meio do Sacramento da Ordem, o poder de consagrar,
isto é, de mudar o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo.
Eles o Fazem em uma cerimônia religiosa augustíssima que se
chama Missa,
a qual todos os cristãos estão obrigados a assistir ao menos todos os domingos
e em certas festas, sob pena de pecado mortal.
No meio da Missa, no momento solene que se chama consagração
ou elevação, o sacerdote, como outrora Jesus Cristo no Cenáculo, transforma o
pão e o vinho no Corpo e o Sangue no Filho de Deus.
Esta mudança milagrosa se chama transubstanciação, isto é,
transformação da substância do pão e do vinho na substância do Corpo e do
Sangue de Nosso Senhor.
O sacerdote e os cristãos que estão preparados comungam,
isto é, recebem o próprio Cristo, a fim de permanecer mais fieis e de ama-lo
mais.
Após a Santa Missa, o Santíssimo Sacramento é
respeitosamente conservado sob a espécie do pão e guardado no sacrário no meio
do altar. É assim em nossas Igrejas, mesmo em meio aos mais pobres vilarejos, nosso grande
Deus habita noite e dia no meio de nós.
Fonte: “A Presença Real e os
Milagres Eucarísticos” / Mons. de Ségur - aascj.org.br
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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