sábado, 7 de maio de 2016

Ascensão do Senhor - Solenidade

 A origem da Solenidade da Ascensão do Senhor inspira-se nos textos bíblicos que relatam a subida de Jesus aos céus, 40 dias depois de sua Ressurreição. Os relatos Sagrados relacionam a Ascensão do Senhor com a vinda do Espírito Santo. Jesus sobe aos céus prometendo que enviará o Espírito Santo para sustentar os discípulos na tarefa evangelizadora (At 1,6-8). Este é um dos motivos pelos quais, em algumas Igrejas, era comum celebrar a Ascensão e Pentecostes numa única Liturgia. A separação entre as duas festas, contudo, já é mencionada a partir do século IV, como consta em um Lecionário Armeno e em dois sermões feitos pelo Papa Leão Magno. (catequisar.com.br) 

A festa da Ascensão do Senhor e sua solenidade remontam a antiguidade greco-romana, na tradição da chamada celebração do triunfo. Nesta, o imperador romano reunia uma multidão e lhe impunha algumas condições: a partida para a campanha contra o inimigo, a luta, a vitória e o retorno. Em seguida, preparava uma festa com a participação de todo o povo, nos jogos e na partilha dos alimentos. Marchava-se pelo caminho sagrado e passava pelo arco do triunfo, no qual o general vitorioso recebia a coroa e a palma.

Assim, vista sob o prisma da mentalidade cristã, vê-se que o Filho de Deus, deixou o seio do Pai e veio a este mundo. Deu combate ao inimigo, o pecado e a morte. Em seguida, vitorioso, volta para junto do Pai e distribui os dons aos homens. Por isso, celebra-se igualmente a vitória sobre a morte e o triunfo, a glorificação do Pai no Filho, na solenidade da Ascensão do Senhor, quarenta dias após a Páscoa. No Brasil, como não é feriado no quadragésimo dia após a páscoa, celebra-se esta solenidade no 7o Domingo da Páscoa. Nela, já insere-se e prepara-se para o grande mistério de Pentecostes.

E, eis que o mistério pascal se plenifica. Ao celebrar a festa da Ascensão do Senhor, em primeiro lugar recorda-se a subida gloriosa de Cristo ao céu onde “está sentado à direita do Pai”. Jesus cumpriu a obra redentora pela qual viera a este mundo, oferecendo um sacrifício de adoração, louvor e ação de graças a Deus, por todos os homens. Na cruz, e, sobretudo, na ressurreição tornou todos os homens filhos e filhas de Deus. Em seguida, apareceu várias vezes, cumprindo a promessa que havia feito aos discípulos e falando-lhes do Reino de Deus.

Mas é chegado o momento de voltar para o Pai! A promessa feita por Jesus: “Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós” (Jo 14, 18), parece ter sido esquecida, paira o silêncio diante da partida de Cristo. É como se a luz de Cristo não fosse mais brilhar! Como se Jesus estivesse totalmente ausente! A Igreja se encontra sozinha, como que passando por sua viuvez! Se entendida a Ascensão numa maneira literal.

Mas, ao entendê-la no sentido pleno, observamos que ocorre justamente o contrário. Neste dia é intensificada a presença do ressuscitado, como descreve São Paulo aos Efésios: “O que desceu é também o que subiu acima de todos os céus, a fim de plenificar todas as coisas”. Portanto, Cristo subiu aos céus para encher tudo com a Luz de sua presença. Por isso a liturgia deste domingo, mostra primeiramente a autoridade de Cristo.

Os chefes, ou os donos deste mundo haviam abandonado a Jesus, mas Deus o exaltou. Comprovam isto, os relatos das leituras, tanto na primeira leitura, onde Lucas escreve que: “Jesus elevou-se à vista deles, e uma nuvem o ocultou a seus olhos” (At 1-11). E, em seguida, Paulo na segunda leitura, afirma que “Deus ressuscitou a Jesus e tudo pôs debaixo de seus pés e o pôs acima de tudo, como Cabeça da Igreja, que é o seu corpo” (Ef 1, 17-23). E Jesus afirma solenemente no Evangelho: “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra” (Mt 28, 16-20).

Outra experiência que emerge deste dia, relembra que ao final os abençoou, supondo uma missão: os enviou. Não a uma região determinada, mas a todos os povos: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que eu vos ordenei” (Mt 28, 19). Inaugura-se, então, o tempo de anunciar Jesus como Senhor de todos os povos. Não como o ditador, mas sim com poder daquele que tornou-se servo. Por isso, a exigência para que os discípulos o imitem em sua humildade.

O verdadeiro sentido da ascensão é uma verdade de fé, apenas acessível à fé de cada ser humano que se deixa encantar pela novidade de Cristo, na oração, na meditação e na leitura dos acontecimentos de sua vida. Jesus está vivo, A extensão da sua influência é infinita, mesmo não tendo mais uma presença localizada, Ele está presente agindo. Onde existe amor, a busca da verdade, a luta pela justiça, o respeito e a promoção do homem, está Cristo atuante na história. A verdadeira ascensão de Cristo é a ascensão de todos os homens que Ele inspira e leva a construir uma terra nova, onde habite a justiça e todos se amem mutuamente.

Por isso, na rememoração da subida de Cristo, após quarenta dias da ressurreição, os cristãos se colocam como herdeiros e destinatários da promessa de Cristo, na espera de sua vinda definitiva. Por isso, incessantemente pedimos que, o Cristo que penetrou no mais alto céu, abrindo o caminho para a nossa ascensão, manifeste a nós, como aos discípulos após a ressurreição, aparecendo em eterna benevolência, e como cremos que está sentado com o Pai em sua glória, possibilite a nós experimentarmos a alegria de tê-lo conosco até o fim dos tempos, conforme a sua promessa: “E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28, 20b) Assim Seja!

Texto: Reginaldo Pires Amâncio
Fonte: Diocese de Caratinga
Adaptação: Ricardo e Marta
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.



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Um comentário :

  1. Jesus cumpriu a sua missão terrena Ele volta para o pai, e confia sua missão a cada um de nos aqui na terra, para continuar o projeto de Deus
    uma família de amor porque Deus é amor.Ate que Ele venha. Muitas bençãos da sagrada família. J.Rubens.

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