A Solenidade
da Santíssima Trindade foi instituída pelo Papa João XXII no ano de 1334 com
data fixada para o primeiro domingo após o Pentecostes. (Catequese Cristã Católica)
Na Igreja
Católica, a festa da Santíssima Trindade é considerada uma das solenidades mais
importantes do ano litúrgico.
Unidade e Trindade de Deus
A Santíssima
Trindade é um dogma. Um dogma que proclama a verdade essencial do mistério da
"unidade e trindade de Deus": um só Deus em Três Pessoas distintas: Pai,
Filho e Espírito Santo. É um mistério.
Portanto, é de difícil interpretação e impossível de ser assimilado pelas
limitações humanas.
Lembramos que
"mistério" não quer dizer que algo seja impossível de existir ou de
acontecer; "mistério" é apenas algo que a nossa inteligência não é
capaz de compreender inteiramente.
...a substância do Novo Testamento
O mistério da
Santíssima Trindade é definido pelos doutores da Igreja como sendo a substância
do Novo Testamento. Isto quer dizer que ele é o maior de todos os mistérios da
Santa Igreja, a origem e o fundamento de todos os outros mistérios. Pois que,
refere-se especificamente a Deus, em sua essência, princípio e fim de todos os
seres criados. Foi para conhecer e contemplar
esse mistério que os anjos foram criados no céu e os homens na terra.
E foi para
manifestar este mistério mais claramente que o próprio Deus desceu da sua
morada com os anjos e veio para junto dos homens. Há séculos, baseada em claras
e explícitas citações bíblicas, a Santa Igreja ensina e proclama esse mistério
de Três Pessoas em um só Deus.
Tentando entender um mistério
Santo
Agostinho, grande teólogo e doutor da Igreja, tentou compreender inteiramente
este inefável mistério. Ele foi longe, porém, não chegou lá.
Absorto e
meditativo, em certa ocasião, ele passeava pela praia pedindo a Deus luzes para
que pudesse desvendar esse Santo enigma. É muito conhecido o que, então, lhe
aconteceu: encontrou-se com um menino brincando na areia. A criança fazia um
trajeto curto e repetitivo: com um copo na mão, continuamente, ele ia e vinha;
enchia o copo com água do mar e a despejava num pequeno buraco feito na areia
da praia.
Curioso,
Agostinho perguntou à criança o que ela pretendia com aquilo. O menino
respondeu que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho. O
Santo explicou a ele que seria impossível realizar o que queria. O menino
desconhecido, então, argumentou: "É muito mais fácil o oceano todo ser
transferido para este buraco, do que o mistério da Santíssima Trindade ser
compreendido". E a criança desapareceu: era um anjo.
Agostinho
entendeu a lição. Ele concluiu que a mente humana é extremante limitada para
poder entender toda a dimensão de Deus. Por mais que se esforce, jamais o homem
poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio.
Só compreenderemos plenamente a Deus na eternidade, quando nos encontrarmos no
céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
As obras da Trindade são indivisíveis
O apóstolo
São Paulo anuncia a Trindade das pessoas e a unidade da sua natureza quando
escreve: «Da parte d'Ele, por meio d'Ele e para Ele são todas as coisas. Glória
a Ele pelos séculos» (Rom 11,36).
Santo
Agostinho escreveu, comentando esta passagem: «Estas palavras não são devidas
ao acaso. ‘Da parte d'Ele' designa o Pai, ‘por meio d'Ele' designa o Filho e
‘para Ele' designa o Espírito Santo».
Com segurança
e justeza a Igreja tem o hábito de atribuir ao Pai as obras da Divindade onde
resplandece o poder. Atribui ao Filho aquelas obras onde resplandece a
sabedoria e ao Espírito Santo atribui aquelas obras onde resplandece o amor.
Isso não quer dizer que todas as perfeições e obras exteriores de Deus não
sejam comuns às pessoas divinas: «as obras da Trindade são indivisíveis, como a
essência da Trindade é indivisível» (Sto Agostinho).
Não há festa própria para cada uma das Pessoas Divinas...
Na época em
que o Papa Inocêncio XII governava a Igreja, surgiu no mundo católico o desejo
de que fosse estabelecida uma festa especial e exclusiva em honra do Pai
Eterno. O Papa não atendeu ao pedido, por clarividência e prudência.
É verdade que
existem dias festivos, solenidades para celebrar cada um dos mistérios do Verbo
Encarnado (Nosso Senhor Jesus Cristo), mas não existe festa própria para
celebrar exclusivamente o Verbo Encarnado, segundo sua natureza divina.
Também a
solenidade de Pentecostes, já de há muito tempo comemorada, recorda a missão
externa do Espírito Paráclito, sua vinda aos homens. Não se refere simplesmente
ao Espírito Santo, por si só, segundo sua natureza divina.
Todas estas
festas e solenidades foram prudentemente estabelecidas desse modo para evitar
que alguém multiplicasse a essência divina, distinguindo as Pessoas.
Uma solenidade para o Deus Uno, Trino e Eterno
Séculos mais
tarde, ainda para que não pairasse qualquer dúvida quanto à Unidade e Trindade
de Deus, foi que a Igreja, preservando em seus filhos a pureza da Fé, quis
instituir uma festa especialmente dedicada à Santíssima Trindade: Pai, Filho,
Espírito Santo. Era uma festa para reverenciar, honrar, adorar, render glória a
Deus, Uno, Trino e Eterno.
Quem a
estabeleceu foi o Papa João XXII. Ele mandou que ela fosse celebrada em todas
as partes; permitiu que se dedicassem a este mistério templos e altares. Depois
de uma visão celeste que ele teve, ainda aprovou, em honra da Santíssima
Trindade, uma Ordem religiosa para a Redenção dos Cativos.
Santíssima Trindade: no início, no término e em seu nome
É útil
lembrarmos que o culto tributado aos Santos, aos Anjos, à Santa Mãe de Deus é
sempre iniciado e terminado na Santíssima Trindade. Nas preces consagradas a
uma das três pessoas divinas, também se faz menção às outras; mesmo ao invocar
a cada uma das Pessoas separadamente, termina-se sempre com sua invocação
comum. Todos os Salmos e hinos têm a mesma doxologia "ao Pai, ao Filho e
ao Espírito Santo". As bênçãos, os ritos, os sacramentos, ou são feitos em
nome da Santíssima Trindade ou lhes acompanha a sua intercessão. (JSG)
Fonte: Papa Leão XIII - Encíclica "Divinum Illud Munus" -
Sobre a presença e virtude admirável do Espírito Santo - arautos.org/especial/27283/Festa-da-Santissima-Trindade.html
Fique com Deus e sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e
Marta Lúcia
Crendo e ensinando o que crê e ensina a
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Existem muitas coisas que a mente humana não pode compreender: nós não entendemos como a luz pode ser, num caso onda e noutro caso partícula material. Não podemos entender 5, 6 e mais dimensões da realidade mas, matematicamente, trabalhamos com elas. Não podemos entender a superfusão, a heresia do hélio e muitas outras coisas. Quem escreveu não sabe e não poderia dizer que S.Agostinho foi longe nesta meditação. Nem isso quem escreve pode saber. A humildade é uma bela virtude!
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