domingo, 21 de fevereiro de 2016

Liturgia Diária Comentada 22/02/2016 Segunda-feira

2ª Semana da Quaresma - 2ª Semana do Saltério
Festa: CÁTEDRA DE SÃO PEDRO APÓSTOLO
Prefácio dos Apóstolos I ou II - Ofício da festa - Glória
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” - São Lucas

Branco: Simboliza a alegria cristã e o Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades, pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.

Antífona: Lucas 22,32 - O Senhor disse a Simão Pedro: Roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, por tua vez, confirma os teus irmãos.

Oração do Dia: Concedei, ó Deus todo poderoso, que  nada nos possa abalar, pois edificastes a vossa Igreja sobre aquela pedra que foi a profissão de fé do apóstolo Pedro. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém! 

Primeira Leitura: Primeira Carta de São Pedro 5,1-4
Exorto aos presbíteros que estão entre vós, eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que será revelada: Sede pastores do rebanho de Deus, confiado a vós; cuidai dele, não por coação, mas de coração generoso; não por torpe ganância, mas livremente; não como dominadores daqueles que vos foram confiados, mas antes, como modelos do rebanho. Assim, quando aparecer o pastor supremo, recebereis a coroa permanente da glória. - Palavra do Senhor.

Comentário: O código de deveres domésticos estende-se agora de maneira explícita aos deveres mútuos de dirigentes e membros da Igreja. Os anciãos da comunidade são alvo da primeira exortação e suas funções na Igreja são esclarecidas: seu ministério deve ser exercido de bom grado; seus motivos devem ser nobres, não mercenários; seu exercício de liderança seve ser de apoio, não de poder autoritário. Neste conselho característico, a primeira carta de Pedro reflete a tradição comum no Novo Testamento sobre a qualidade de liderança que é valorizada na Igreja: os Evangelhos nos dão o conselho de Jesus para ser servos uns dos outros (Mc 10,42-45); os deveres do epíscopo em 1Tm 3,3 advertem contra a cobiça como motivo para o ministério; Ef 4,11-16 também nos ensina que os dirigentes são chamados a missões especiais, mas que não negam a igualdade cristã do batismo. É evidente que a Igreja primitiva era sensível às dificuldades que o poder autoritário causaria a sua catequese batismal de liberdade, dignidade e igualdade de todos os cristãos (Gl 3,28). A liderança não era e não é um múnus fácil na Igreja e, por isso, é feita menção especial às preocupações do pastor supremo pelo rebanho. O serviço fiel receberá uma recompensa especial (v. 4, cf. 2Tm 4,1; Mt 19,28; 24,25-47) Alternativamente, é lembrado aos membros da Igreja que tenham respeito pelas funções e autoridade de seus pastores (v.6) a fim de não impossibilitar o ministério de liderança. Embora todos sejamos livres e iguais em Cristo, sabe a nós mostrar que, como povo livre, servimos a Deus com uma vida ordeira e responsável (cf. Rm 6,16-18). Assim, nossa liberdade nos leva à humanidade e a laços estreitos com a Igreja. O chamado à humildade e à obediência deve ser visto em ligação com os conselhos dados na carta toda: como os cristãos devem ser bons cidadãos do Estado, bons membros da família e membros responsáveis da Igreja cristã. Nessa exortação, há certo apelo à propaganda de uma vida justa e ordeira, dando a entender que os cristãos são membros muito bons e abnegados de qualquer parte da sociedade. (Missal Cotidiano)

Salmo: 22 (23),1-3a. 3b-4. 5. 6 (R. 1) O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.
O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças.

Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança!

Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo; com óleo vós ungis minha cabeça, e o meu cálice transborda.

Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-19
Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”.

Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. - Palavra da Salvação.

Comentários:

Os valores que Jesus pregou durante toda a sua vida e que chegaram até nós graças ao trabalho apostólico não podem ser somente objetos do nosso conhecimento, mas precisam ser encarnados na nossa vida e na nossa história. Esses valores precisam de uma mediação institucional para fazer parte da vida das pessoas. Jesus Cristo escolheu como mediação para essa encarnação a Igreja, conforme nos revela o Evangelho de hoje. Deste modo, fica claro para todos nós qual é o papel da Igreja e de todos os seus membros no processo de construção do Reino de Deus, como também a responsabilidade de todos no sentido de procurar fazer com que cada vez mais a Igreja seja fiel aos ensinamentos de Jesus. (CNBB)

A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios. Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer. Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer. Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido. Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”, foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)

SANTO DO DIA



TEMPO LITÚRGICO: QUARESMA

Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.



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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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