Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 7,1-10
Naquele tempo: Quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. Havia lá um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito, e que estava doente, à beira da morte. O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado. Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: 'O oficial merece que lhe faças este favor, porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga’.
Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: 'Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: 'Vai!', ele vai; e a outro: 'Vem!', ele vem; e ao meu empregado 'Faze isto!', e ele o faz'.
Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia, e disse: 'Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.' Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Mais uma vez, nos Evangelhos, Jesus se mostra admirado ao deparar com manifestações de fé entre os estrangeiros, enquanto seus próprios conterrâneos não se mostravam dispostos a fazer aposta semelhante. São Mateus registra que a falta de fé dos nazarenos chegou a impedir que Jesus fizesse milagres (cf. Mt 13,58). O centurião romano, ao contrário, foi um desses que ousaram apostar... André Louf comenta: “A cada vez que Jesus, no Evangelho, encontra a fé naquele que se apresenta diante dele, acontece um milagre, infalivelmente. É que em Jesus a onipotência de Deus habita o mundo, à disposição dos homens”. Isto deve explicar que os milagres se tornem raros entre nós: pura falta de fé, e não a indiferença de Deus... Prossegue o monge cisterciense: “Se a onipotência de Deus parece, às vezes, pouco operante, pouco eficaz, é porque ela está como amarrada pela falta de fé exatamente daqueles que deveriam gerá-la para o bem de todos. Sozinha, basta a fé, mesmo pequenina, mesmo minúscula como o grão de mostarda no côncavo da mão, para liberar a onipotência divina e torná-la ativa através da oração de todos aqueles que passam necessidade”. No caso deste Evangelho, ele pergunta: “Em quê a fé do centurião foi excepcional? Primeiro, simplesmente porque o centurião não é um judeu, mas um estrangeiro que não pertence ao povo da Aliança. Não apenas um estrangeiro, mas até um inimigo, oficial do exército de ocupação. A este título, a atitude do centurião é seguramente espantosa”. De fato, o militar que pede a cura de seu escravo não se apoia apenas da fama de Jesus. Vai além. Ele faz um autêntico ato de fé: “Dize uma palavra... e será curado!” Despido de sua patente de oficial, ele se humilha e reconhece o poder de Jesus. O centurião se confessa indigno de ter a presença do Mestre em sua própria casa, mostrando que a fé costuma fazer dupla com a humildade, enquanto a descrença tantas vezes se explica pelo orgulho... “Hoje – conclui André Louf – os estrangeiros que somos nós, também podemos ser privilegiados da fé, como o soldado romano. A onipotência divina, outrora rejeitada em Jesus pelo antigo Israel, permanece atualmente à disposição da Igreja e pode ser gerada pela pessoa de cada crente, gratuitamente, como um dom inesperado, imerecido, da parte de Deus.” É triste pensar no desperdício da graça gerada pelos sacramentos, no rio de água viva que jorra em cada celebração eucarística, mas nos encontra alheios e distraídos, preenchidos por preocupações e empreendimentos meramente humanos, contando apenas com nosso esforço e suor. E Jesus ali presente, à espera de nosso ato de fé... (Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova Aliança)
Ao atender o pedido do oficial romano, Jesus ensinou aos seus discípulos a estarem prontos para realizar uma missão universal, para além dos limites do povo de Israel. Esta advertência justifica-se, se considerarmos a mentalidade segregacionista de seus contemporâneos, para os quais o contato com os pagãos deveria ser ciosamente evitado. O pedido do oficial romano, que chegou até Jesus pela mediação de alguns judeus, foi aceito de imediato. O Mestre dispôs-se a ir até onde se encontrava o homem enfermo, a fim de curá-lo, sem se importar com o perigo de contrair impureza. Então o oficial, agiu com extrema delicadeza. Ao pensar que seria constrangedor para o judeu Jesus ter de entrar na casa de um pagão, sugeriu-lhe fazer o milagre à distância, sem o incômodo de infringir as rigorosas leis religiosas de seu povo. O segundo pedido do oficial foi uma inequívoca confissão de fé. Ele merecia ser atendido sem demora. A constatação da "fé" deste pagão, maior que a de qualquer israelita, era um alerta para os discípulos: deveriam estar atentos à boa-vontade dos pagãos, em acolher o Reino. Se, fora de Israel, o Reino produzia seus efeitos nos corações das pessoas, por que limitar seu anúncio aos israelitas? O Reino não era propriedade particular de ninguém. Quem o acolhesse na fé, estaria em condições de ser agraciado por ele. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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