domingo, 2 de outubro de 2016

Liturgia Diária Comentada 02/10/2016 domingo

Santo do Dia: ANJO DA GUARDA

Oração do Dia: Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis, no vosso imenso amor de Pai mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

Primeira Leitura: Profecia de Habacuc 1,2-3; 2,2-4

Senhor, até quando chamarei, sem me atenderes? Até quando devo gritar a ti: "Violência!", sem me socorreres? Por que me fazes ver iniquidades, quando tu mesmo vês a maldade? Destruições e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia. Respondeu-me o Senhor, dizendo: "Escreve esta visão, estende seus dizeres sobre tábuas, para que possa ser lida com facilidade. A visão refere-se a um prazo definido, mas tende para um desfecho, e não falhará; se demorar, espera, pois ela virá com certeza, e não tardará. Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé". - Palavra do Senhor.


Comentário: Habacuc 1,2-2,4 é um diálogo entre Deus e o profeta. Diante da desordem que reina em Judá, nos últimos anos antes do exílio, Habacuc grita a Deus com impaciência, quase com desespero. Deus, porém, anuncia que tratará o mal da infidelidade com um remédio mais tremendo ainda: os babilônios. Quando Habacuc reclama contra essa solução – na leitura deste domingo –, Deus responde: “Eu sei o que faço; não preciso prestar contas; mas os justos se salvarão por sua fidelidade” (2,2-4). O profeta se queixa, porque a impiedade está vencendo, porque o direito e o próprio justo são pisados ao pé. Deus, porém, não precisa prestar contas para o ser humano. Este é que lhe deve obediência, também nas horas difíceis: é a “fé/fidelidade” que faz viver o justo (2,4). (Pe. Johan Konings, sj)

Salmo: 94(95),1-2.6-7.8-9 (R. 8)
Não fecheis o coração, ouví, hoje, a voz de Deus!

Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o Rochedo que nos salva! Ao seu encontro caminhemos com louvores, e com cantos de alegria o celebremos!

Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: "Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras".

Segunda Leitura: 2ª Carta de São Paulo a Timóteo 1,6-8.13-14

Caríssimo: Exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade. Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. Usa um compêndio das palavras sadias que de mim ouviste em matéria de fé e de amor em Cristo Jesus. Guarda o precioso depósito, com a ajuda do Espírito Santo, que habita em nós. - Palavra do Senhor.

Comentário: A 2ª leitura é tomada do início da Segunda Carta a Timóteo. Esta carta impressiona-nos por seu estilo vivo – uma fotografia em alta definição do Apóstolo no fim de seus dias. É seu testamento espiritual. No trecho de hoje, Paulo exorta seu amigo Timóteo a manter a plena fidelidade ao Senhor. Pois também o ministro da fé deve firmar-se na fidelidade, para poder confirmar os seus irmãos na fé. Em Romanos 1,16, Paulo escreveu que não se envergonhava por causa do Evangelho. A Segunda Carta a Timóteo repete a mesma afirmação, para exortar os pastores que o sucedem, a fim de que se lembrem de estarem servindo ao Cristo aniquilado. Nas cidades do “mundo civilizado” de então, o cristianismo era ridicularizado e perseguido. Por isso, Paulo exorta seu discípulo a não se envergonhar e a guardar a doutrina sadia que dele recebeu (contra as fantasias gnósticas e outras que se introduziram no cristianismo primitivo). Exorta-o a guardar o “bom depósito”, ou seja, o bem nele depositado, a ele confiado (1,14). Esse “bom depósito” é a plena verdade do Evangelho. Repleto dela, o discípulo poderá distribuí-la aos outros, pois o cristão é responsável não só por sua própria fé, mas também pela fé e fidelidade do seu irmão. Ora, nas circunstâncias daquele tempo e de todos os tempos, isso só é possível com a força do Espírito Santo. Recebemos hoje, portanto, uma mensagem para valorizar a fé, inclusive, como base da oração. Mas nossa fé não é uma espécie de fundo de garantia para que Deus nos atenda. Assim como ele não precisa prestar contas, também não é forçado por nossa fé. Nossa fé é necessária para nós mesmos, para ficarmos firmes na adesão a Deus em Jesus Cristo. Deus mesmo, porém, é soberano, e soberanamente nos dá mais do que ousamos pedir, como diz a oração deste domingo. (Pe. Johan Konings, sj)

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,5-10

Naquele tempo, os apóstolos disseram ao Senhor: "Aumenta a nossa fé!" O Senhor respondeu: "Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria. Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: 'Vem depressa para a mesa?' Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: 'Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?' Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: 'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer'". - Palavra da Salvação.

Comentários:

O evangelho começa com a prece dos apóstolos: “Senhor, aumenta nossa fé”. Às vezes precisa-se de muita fé para acolher a palavra de Jesus, pois o evangelho não é tão evidentemente gratificante. Daí os discípulos dizerem: “Dá-nos mais fé”. A resposta de Jesus é uma admoestação para que tenham fé que transporta montanhas! Jesus fala aqui no estilo hiperbólico, exagerado, dos orientais, mas não deixa de ser verdade que quem se entrega em confiança a Deus em Jesus Cristo faz coisas que outros não fazem e que o próprio crente não se julga capaz de fazer. Somos como peões de fazenda, que, depois de terem executado seu longo e cansativo serviço, não podem reclamar, pois apenas cumpriram seu dever (cf. 1Cor 9,16). Assim como, em Habacuc, Deus não presta contas ao profeta, o “dono” na parábola do evangelho não precisa prestar contas a seus servos. Depois da longa jornada dos servos no campo, ele pede que lhe preparem a comida e a sirvam, sem reclamar. Fizeram somente seu dever. Claro que Jesus não está justificando esse modo de agir do dono; apenas usa uma cena cotidiana de seu tempo para expressar que Deus não precisa prestar contas: quando o servimos, fazemos apenas o que devemos fazer. Nossa mentalidade atual não aceita isso facilmente. Em nossa sociedade, a mínima prestação de serviço exige uma gratificação específica. Ainda que, muitas vezes, a gratificação não valha o serviço, essa mentalidade exclui todo o espírito do “simples serviço”. Até as prefeituras e governos estaduais fazem propaganda com as obras que nada mais são que a execução de seu dever! Ora, no Reino de Deus, o que conta é o espírito de participação. Faz-se o que o Reino exige, sem cobrar nada extra. A recompensa existe no participar, como Paulo diz a respeito de anunciar o evangelho gratuitamente (1Cor 9,16). Ao interpretar a parábola de Jesus, devemos pôr entre parênteses os traços paternalistas da cena que ele evoca. O que ele quer mostrar é que participamos no projeto de Deus, não em função de uma compensação extra, mas porque é a obra de Deus. O próprio Deus é nossa recompensa, e a realização de seu amor supera qualquer recompensa extra que poderíamos imaginar. (Pe. Johan Konings, sj)

Quando os discípulos pediram a Jesus para aumentar-lhes a fé, queriam que ela se tornasse mais autêntica e existencial. Quando isto acontecesse, eles estariam aptos para testemunhá-la com a vida, de acordo com o que acreditavam. Não é questão de aumento quantitativo da fé. Mesmo que seja mínima, mas autêntica, ela tem o formidável poder de fazer coisas impossíveis. Esta é a mensagem da parábola da árvore transplantada para o mar. Uma fé minúscula seria suficiente para ordenar a uma árvore arrancar-se e plantar-se no mar. Essa ordem será imediatamente executada, quando resultar da confiança inabalável em Deus. A profundidade da fé manifesta-se na maior ou menor capacidade de realizar as obras dela decorrentes. E as obras decorrentes da fé são as do amor. Quanto mais temos fé, mais somos misericordiosos com o próximo, cultivamos uma disposição contínua para perdoar, buscamos, em tudo, ser fraternos e solidários com os outros, empenhamo-nos pela causa da justiça. As obras da fé são, em última análise, o dever fundamental da comunidade cristã. Realizá-las é obrigação. Quem as pratica, sabe que faz o que Deus quer. Portanto, tem consciência de ser um simples servo inútil, cuja única grandeza consiste em fazer o que é seu dever. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)

Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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