sexta-feira, 2 de junho de 2017

Comunhão dos Santos - Pe. Vitor Gino

“Eu creio na comunhão dos santos"

A fé na comunhão dos santos nasce da afirmação de que a Igreja é santa. Pois, como ensina o CIC nº 946, “a comunhão dos santos é precisamente a Igreja”. Nela entramos em comunhão com os bens espirituais conquistados e comunicados por Cristo na efusão de seu Espírito Santificador e com os seus membros, homens e mulheres, que refulgem, cada um no seu estado, a santidade participada de Deus.

A comunhão nas coisas santas

Fundamentado na passagem de At 2,42, a Igreja entende que a comunhão plena de seus membros se efetua nas seguintes realidades: a doutrina, a liturgia, a caridade e o serviço. Desta maneira, quando falamos de comunhão dos santos queremos dizer que aqueles que são santificados por Deus estão unidos na mesma fé, no mesmo culto e na mesma vivência da caridade.

A comunhão na mesma fé e doutrina

A unidade da doutrina se baseia na experiência da Tradição. Desde o início, a fé apostólica foi posta em fórmulas. Desta experiência, surgiu a profissão de fé dos apóstolos, o credo, onde estão os seus conteúdos essenciais, recebido e guardado pela Igreja. A fé que nós professamos é a mesma dos Apóstolos que passa de geração em geração através da Igreja. Dizer “eu creio” só é possível porque a Igreja diz “nos cremos”. Pois, se cada um crer somente no que lhe agrada, criaria um novo credo e isto feriria a unidade e a comunhão entre os crentes. Por isso, só estamos vivendo a comunhão dos santos quando professamos a mesma fé apostólica.

A comunhão no mesmo culto

A liturgia cristã tem como um dos seus objetivos santificar os homens. Esta santificação ocorre quando estes entram em comunhão com Deus. Cada um dos sete sacramentos tem esta função fundamental de nos fazer entrar contato íntimo com Ele. Dentre todos os atos de culto celebrados, a Eucaristia é aquele no qual se revela, mais plenamente, a comunhão dos santos. Nela, comungamos do corpo daquele que é o Santo e, assim, somos santificados pelo Espírito e formamos o povo santo de Deus. Por isso, sem a vida sacramental não se realizaria a comunhão dos santos.

A comunhão na evangelização e no serviço

Pela via sacramental, os fiéis são dotados com o mesmo Espírito de santidade. Este distribui, segunda as necessidades, os dons e os serviços para que a Igreja se edifique e, também, o mundo se encontre com Deus. Toda a ação da Igreja tem como meta levar os homens a fé. Assim, o testemunho dado pelos cristãos, ainda que múltiplos, se tornam o único testemunho da santidade de Deus que renova o mundo. Pois, a razão última do testemunho cristão é a caridade com que Cristo nos amou. Quando um discípulo de Cristo coloca seus bens (materiais ou espirituais) a disposição dos outros, revela a própria ação de Deus amor através dele. Todos os cristãos fazem parte do único plano salvífico de Deus para a humanidade.

A comunhão entre as pessoas santas

Além da comunhão nas coisas santas (doutrina, culto e moral), na Igreja se vive a comunhão entre as pessoas santas. A meta da Igreja é a entrada definitiva no Reino de Deus por ocasião da segunda vinda de Cristo. Lá os santos se reunirão definitivamente na bem aventurança celeste. Até que isto aconteça, a Igreja se encontra em três estados. Os discípulos de Jesus que se encontram na terra formam a Igreja peregrina. Aqueles que, após a morte, estão se purificando formam a Igreja padecente. Por fim, aqueles que estão já na glória celeste formam a Igreja triunfante. Aqui se realiza a comunhão dos santos, ou seja, dos membros da Igreja. A morte não acaba com nossa participação na Igreja Santa de Deus.

A intercessão e a memória dos santos

Os membros da Igreja peregrina podem interceder uns pelos outros e, também, pelos membros da Igreja padecente. Assim, com muito mais propriedade, acreditamos que os membros da Igreja triunfante podem rezar por nós. A vida deles associada à vida de Cristo nos consegue um auxílio fraterno para nossas dificuldades e fraquezas.

A unidade entre os cristãos da Igreja peregrina nos aproxima de Cristo. Quando vemos uma comunidade cristã que vive plenamente a unidade entre seus membros, percebemos a presença de Cristo. Assim, ainda mais, quando fazemos memória dos Santos. Em comunhão de oração com eles ou conhecendo suas vidas, entramos em profunda comunhão com Deus. Por isso, a liturgia não cessa de nos apresentar a memória daqueles que, correspondendo com a graça divina, viveram a virtude heroica.

A família de Deus

Pela vida sacramental nos tornamos filhos adotivos de Deus. Assim, a realidade da Igreja e da comunhão dos santos pode ser apresentada com a imagem da Família. Como os membros de uma família, pelo amor e por sua história, estão unidos aonde quer que estejam; assim, os membros da Igreja estão em comunhão pela doutrina, pela moral e pelo culto.

Pe. Vitor Gino Finelon
Vice diretor das Escolas de Fé MaterEcclesiae e Luz e Vida

Fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro
Para aprofundar: Consultar o CIC, números 946 até 962; o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, perguntas 194 e 195; o YouCat, pergunta 146; e, o capítulo VII da Lumen Gentium.

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