domingo, 9 de julho de 2017

Roteiro Homilético 14º Domingo do Tempo Comum Ano “A” Mateus

Introdução ao espírito da Celebração

Deus, Pai amorosíssimo, quer ver todos os Seus filhos contentes, felizes. Esse desejo é também o mais comum a todos nós. Como pois explicar que haja quem nem sempre experimente essa tão desejada maneira de viver? O Senhor, através da Sua Palavra, vai indicar-nos os caminhos pelos quais devemos livremente optar, para que, tal desejo, em todos nós, se possa concretizar.

Oração coleta: Deus de bondade infinita, que, pela humilhação do vosso Filho, levantastes o mundo decaído, dai aos vossos fiéis uma santa alegria, para que, livres da escravidão do pecado, possam chegar à felicidade eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

Primeira Leitura

Profecia de Zacarias 9,9-10

Zacarias, convida o Povo de Israel a alegrar-se, apesar da triste situação em que se encontra. Ele já vê chegar o seu libertador. Contra o pensar geral, é Alguém que vem desprovido de poder «humildemente montado num jumentinho».

A leitura é tirada da 2.ª parte do livro de Zacarias, onde se fala do triunfo definitivo de Deus e do seu reino universal. Este texto foi escolhido para hoje em função do Evangelho, em que Jesus se apresenta como «manso e humilde de coração». É um texto messiânico, que Mateus apresenta como cumprido em Jesus (cf. Mt 21,4-5).

9 «Filha de Sião, ou filha de Jerusalém» são hebraísmos para designar os habitantes de Jerusalém. O Messias será um «rei justo e triunfante», mas «humilde» e pacífico rei universal (v. 10): não aparecerá montado num veloz corcel de guerra, mas num manso «jumento».

Segunda Leitura

Carta de São Paulo aos Romanos 8,9.11-13

Jesus morreu, mas ressuscitou. Ele tinha em Si o Espírito de Deus, que é a vida em plenitude. Dessa vida também participamos pelo baptismo, com o qual morremos para as obras da carne. A vida divina em nós levar-nos-á a também viver eternamente.

Este pequenino trecho é tirado de Rom 8, que constitui o ponto culminante da carta e a sua mais bela profunda síntese. No centro deste genial capítulo está a presença e a ação do Espírito Santo, a quem se atribui a vida nova em Cristo. Esta é uma «vida sob o domínio do Espírito», a antítese perfeita da «vida sob o domínio da carne» (v. 9). Aqui a carne não é uma categoria platónica para designar a parte material do ser humano, nem é a «simples natureza» humana com a conotação de fraqueza e precariedade (sentido frequente no AT e noutros textos paulinos, por ex., em Rom 3,20; 1 Cor 1,29; Gal 3,16); trata-se antes da natureza humana ferida pelo pecado e infectada pela concupiscência, o homem enquanto dominado pelos apetites e paixões desordenadas.

11-13 A vida nova «por meio do Espírito» de Cristo é radicalmente inconciliável com a vida segundo a carne, pois o Apóstolo adverte: «se viverdes de acordo com a carne, haveis de morrer» (v. 13). As obras da carne são as obras pecaminosas, ditadas pelos apetites desordenados em geral, não apenas pelo apetite sexual, como na nossa linguagem atual. O sentido positivo da mortificação cristã está aqui bem explícito: «haveis de viver».

Evangelho

Segundo Mateus 11,25-30
A passagem evangélica, por sua vez, nos traz um convite consolador de Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso” (v. 28).  É também um convite a ir ao encontro de Jesus e a aceitar os seus ensinamentos. Jesus promete dar a todos o descanso, mas sob uma condição: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso” (v. 29).

Entre os fariseus do tempo de Jesus, a imagem do “jugo” era aplicada à Lei de Deus, a suprema norma de vida (cf. Eclo 6,24-30).  Entende-se como jugo, uma estrutura ou barra de madeira que é colocada sobre um ou dois animais que estejam puxando uma carga pesada. O jugo equilibra a carga, tornando-a mais fácil de ser levada. Além de seu significado literal, o conceito de jugo também aparece em muitas escrituras como metáfora de escravidão ou servidão (cf. Jr 28,2).

Para os fariseus, por exemplo, a Lei não era um “jugo” pesado, mas um “jugo” glorioso, que devia ser carregado com alegria.  Na realidade, tratava-se de um “jugo” pesadíssimo. A impossibilidade de cumprir, no dia a dia, os 613 mandamentos da Lei escrita e oral, criava consciências pesadas e atormentadas. Os crentes, incapazes de estar em regra com a Lei, sentiam-se condenados e malditos, afastados de Deus e indignos da salvação. A Lei aprisionava em lugar de libertar e afastava os homens de Deus ao invés de os conduzir para a comunhão com Ele.

Os “sábios e inteligentes” estavam convencidos de que o conhecimento da Lei lhes dava o conhecimento de Deus. A Lei era o canal de união com Deus; por isso, apresentavam-se como detentores da verdade, representantes legítimos de Deus, capazes de interpretar a vontade e os planos divinos.

Mas o “jugo” de Cristo é a lei do amor, é o seu mandamento, deixado por ele aos seus discípulos (cf. Jo 13,34; 15,12). O verdadeiro remédio para as feridas da humanidade, quer materiais, como a fome e as injustiças, quer psicológicas e morais, causadas por um falso bem-estar, é uma regra de vida baseada no amor fraterno, que tem a sua fonte no amor de Deus.

No evangelho deste domingo Jesus faz um convite aos humildes para que aceitem o seu “jugo”, que é o descanso e a tranquilidade.  Como de fato, mansidão e humildade são duas virtudes postas em prática por Jesus, ao longo de seu ministério.  Jesus também quis nos ensinar este caminho.  Ele se fez manso e humilde para poder dizer-nos: Aprendei de mim (v. 29).

Por isto, só quem se entrega a Deus, pelo ato de total abandono que é o amor, pode ser assumido pela graça que nos dá a real participação no reino de Deus, que sempre se inicia e se planifica no amor.  Por isso também, seu jugo é leve, porque nos liberta do farto da morte e nos faz participantes da vida de Deus.  Só o divino amor, que opera em nós a fé, pode nos fazer andar até ele: “Vinde a mim, todos vós” (v. 28).

Um dos mais belos frutos da humildade é esse que está no evangelho deste domingo: o ter os olhos abertos para entender as verdades de Deus, enquanto que os soberbos e os arrogantes e aqueles que presumem ser sábios, ficam alheios diante destes ensinamentos: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e aos doutores e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11,25).

Jesus repete também a tantos inteligentes e sábios honestos que existem no mundo de hoje seu convite: “Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso” (v. 28).  E que este convite possa chegar também a cada um de nós.

Peçamos ao Senhor que ele nos conceda também um coração puro e simples, desprendido e disponível para o outro.  Um coração capaz de olhar com amor misericordioso para todos, sem julgar ninguém. Um coração puro e simples, capaz de compreender que tudo é dom gratuito de Deus e tudo deve dar gratuitamente.  Um coração aberto ao perdão, que não seja invejoso e não guarde rancor e tudo desculpa (cf. 1Cor 13,4-7).

Que a Virgem Mãe nos ajude a ter um coração puro e simples e nos faça aprender de Jesus a verdadeira humildade, a carregar com decisão o seu jugo leve, para experimentar a paz interior e tornarmos capazes de confortar aqueles que percorrem com provações o caminho da vida.  Assim seja.

D. Anselmo Chagas de Paiva, OSB

Sugestão para reflexão

Jesus, Mestre divino, ensina-nos, com o seu exemplo, os caminhos da felicidade.

Não foi por acaso – para Deus não há acasos – que Jesus nasceu numa pobre manjedoura, pertenceu a uma família humilde, quis passar por ser «o filho do carpinteiro», viveu em Nazaré – cidade por todos desprezada – , não tinha onde reclinar a cabeça, entrou em Jerusalém montado num pobre jumentinho, (1ª Leitura da Missa de hoje), lava os pés aos Apóstolos, é cuspido, esbofeteado, flagelado, coroado de espinhos e ridicularizado pelas ruas de Jerusalém, é pregado na cruz e morre no meio de dois ladrões. Não podia ter feito mais para nos revelar quanto nos ama, como é monstruoso o pecado e ensinar a virtude fundamental da humildade. Com a vivência tão profunda desta virtude, o Senhor provou também quão errado foi o caminho seguido pelos nossos primeiros pais e que hoje continua a iludir tantos homens – o orgulho. A cegueira estonteante que este vício provoca é de tal forma dramática, que é causa de todas as tragédias humanas, arrastando homens pelos caminhos errados da vida, provocadores de tantas lágrimas, sofrimento e atraso social.

Como só com a virtude da humildade existe capacidade para captar as verdades eternas e as grandes lições que Jesus nos dá, Ele proclamou esta linda oração que o Evangelho da Missa de hoje nos transmite: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos».

Fonte: presbiteros.com.br

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