domingo, 17 de julho de 2016

A casa do cristão e a hospitalidade - 16º Domingo Comum “C” Lucas

A casa do cristão e a hospitalidade

Em todas as civilizações antigas, especialmente entre os povos nômades, a hospitalidade é sagrada, é ato religioso
  
O hóspede, uma presença misteriosa

Israel faz não só uma leitura religiosa da hospitalidade, mas uma leitura de fé; o estrangeiro é um memorial vivo, lembra-lhe que outrora foi estrangeiro e escravo no Egito, que foi peregrino no deserto e que está na terra, de passagem.


Na narrativa de Abraão (1ª leitura) o estrangeiro é o "outro", que remete ao "Outro" por excelência, que é Deus. O Deus da fé é o "Forasteiro", o "Absolutamente-Outro", e que no entanto está próximo, visita o homem e revoluciona sua vida.

Quando o evangelho nos houver revelado tudo o que implica o acolhimento do outro, a hospitalidade descobrirá sua verdadeira face. No evangelho, Jesus se mostra como hóspede. Mais de uma vez é convidado à casa dos publicanos e pecadores (Zaqueu, Lc 19,5-10), pelos quais é acolhido com solicitude e desinteressadamente.  A sua presença entre eles é o sinal vivo do amor que Deus lhes tem, um convite à conversão. Comer juntos é sinal de comunhão. Para comer com Cristo é preciso, na verdade, converter-se.

Cristo, hóspede

Jesus não se comporta como hóspede comum, também quando é recebido por amigos de longa data, como Marta e Maria (evangelho), ele exige atenção especial à sua mensagem e à sua pessoa. Acolher Cristo hóspede é principalmente “ouvi-lo”, pôr-se em atitude de receptividade, mais do que de dar. É ouvindo-o que se entra em comunhão com ele e se é transformado (Maria). Quem se preocupa mais com as coisas a dar (Marta) do que com a pessoa com quem se comunica, fica distante.

Jesus se manifesta sempre como "o forasteiro", que tira toda segurança e quer a renúncia total, que lança bases sólidas na linha do amor ligado ao reconhecimento dos outros como diferentes de si.

Este forasteiro veio aos seus, e os seus não o receberam (Jo 1,11). Aquele que morre na cruz é o "forasteiro" por excelência, rejeitado por todos; tão forasteiro que, depois da sua ressurreição, os peregrinos de Emaús não reconhecem no caminho, mas só quando lhe oferecem hospitalidade (Lc 24, 28-32)

A hospitalidade cristã, como acolhimento da presença transtornadora "do outro" na própria vida (Mt 25,35-36) e sobretudo como aceitação do "outro por nós" mesmo sendo nosso inimigo, é sinal privilegiado da fidelidade ao mandamento novo, sem fronteiras. Hospedar o outro é hospedar Cristo. Vaticano II lembra que "sobretudo nos nossos tempos, temos a imperiosa obrigação de nos tornarmos próximos de qualquer homem, indistintamente; se ele se nos apresenta, devemos servi-lo ativamente, quer seja um velho abandonado por todos, ou um operário estrangeiro injustamente desprezado, ou um exilado, ou uma criança nascida de união ilegítima sofrendo imerecidamente por uma falta que não cometeu, seja m faminto que interpela a nossa consciência recordando a voz do Senhor: 'Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos a mim é que o fizestes"' (GS 27). Entre as obras de apostolado familiar indica: "adotar como filhos crianças abandonadas, acolher com bondade os estrangeiros" (AA 11, e).

Vencer a solidão e o anonimato

Uma das características da nossa civilização urbana é o anonimato. Moramos no mesmo edifício e não nos conhecemos.

Assistimos a uma crescente privatização da vida familiar e social, a uma fuga acelerada para o "privado" e nos adaptamos passivamente. As estruturas sociais provocam nos indivíduos solidão, opressão, alienação angústia, e nós não contestamos. O anonimato é uma realidade ambígua; se, por um lado é uma condição alienante, por outro, pode tornar-se condição de liberdade. Nessas condições de vida, qual deve ser o comprimento do cristão? Os atuais movimentos de ideias e os novos modelos que não cessam de nascer, provocam a intervenção ativa dos cristãos para fazer da família ma comunidade aberta ao diálogo com o mundo, superando todo egoísmo, promovendo autêntica educação social, educando os filhos ara o encontro e o colóquio com os outros, partindo das pequenas comunidades de conjuntos residenciais, de bairro, ou de escola, até a mais ampla atividade administrativa e política.

O papel dos cristãos será também o de apoiar os movimentos de jovens, que favorecem a solidariedade, o auxilio aos outros, o engajamento comunitário.

·         Primeira Leitura: Gn 18,1-10a
·         Salmo: 14,2-3a.3cd-4ab.5 (R. 1a)
·         Segunda Leitura: Cl 1,24-28
·         Evangelho: Lc 10,38-42

Fonte: Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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